Tag Archives: comunicado

(port) Nova mobilização dos povos originários contra o Marco Temporal

A partir do dia 23 de junho de 2022, os povos originários que habitam o território controlado pelo Estado brasileiro estarão novamente mobilizados contra o Recurso Extraordinário (RE) n.º 1.017.365, também conhecido como tese do Marco Temporal. Os povos Xokleng, Kaingang e Guarani da Terra Indígena Xokleng Laklaño, no Estado de Santa Catarina, são o foco deste processo. No entanto, ele foi considerado pela Suprema Corte em 2020 como caso de Repercussão Geral, ou seja, poderá afetar a todos os povos que habitam esta terra atualmente chamada Brasil.

A Tese do Marco Temporal determina que as terras em processo de demarcação ou as futuras a serem recuperadas devem comprovar a ocupação no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de 1988. Tal tese ignora assim o esbulho histórico dos territórios dos povos originários assim como a violência colonial que estrutura a construção deste país. Ignora também que estes povos vivem aqui antes da formação de qualquer Estado e sistema judiciário, bem como dos limites territoriais associados a eles. Como bem reafirmam os povos originários em luta contra o marco temporal: “Nossa história não começa em 1988”.

A iminência de aprovação desta tese multiplicou nos últimos tempos as invasões a territórios indígenas, assassinatos, estupros assim como tentativas de cooptação de lideranças, especialmente por garimpeiros, empresas de mineração, grileiros de terras e representantes do agronegócio, interessados na madeira do desmatamento e na produção de commodities para exportação. Estes, por sua vez, estão representados no Congresso Nacional pelas bancadas ruralistas e evangêlicas, que tentam legitimar e legalizar suas ações de extermínio através dos Projetos de Lei: 490/2007, do Marco Temporal; 191/2020, da Mineração em Terras Indígenas; 2633/2020 e 510/2021, da grilagem de terras públicas.
A Associação dos Povos Indígenas do Brasil lançou um chamado aos parentes, solidarixs e companheirxs para uma ampla mobilização na cidade de Brasília a partir do 23 de junho.

Todo nosso apoio aos povos originários em luta!
Que a solidariedade atravesse muros e fronteiras!

Saiba mais sobre o Marco Temporal aqui.

(esp) Wallmapu: CAM reivindica mega ataque contra la forestal Mininco

Según informaciones entregadas a la radio Kurruf, sumarían 20 equipos saboteados entre acción a fundo San Pedro en Mulchen por el ORT Toño Marchant el pasado 11 de mayo y fundo España en Teodoro Schmidt durante este viernes 13 de mayo, por el ORT Leftraru de la CAM.

Indica Hector Llaitul que es la acción más importante de toda la historia de lucha mapuche, por las perdidas millonarias que ha dejado a forestal Mininco, empresa del grupo Matte… y señala como responsables de la muerte de Pablo Marchant Gutierrez «Toñito», el 09 de julio de 2021 en el fundo Santa Ana de forestal Mininco.

Continua el werken de la coordinadora frente a la instalacion de un Estado intermedio de militarización «El chem de mulchen y el de ahora en Teodoro schmidt es nuestra respuesta de como nos vamos a preparar y a resistir contra los poderosos y sus lacayos…no atacando a pobres ni personas…ni involucrados en el crimen y menos en el tráfico, así habla la CAM,» sentencia.

Producto de estas acciones de sabotajes a industria forestal recientemente en los medios se ha conocido sobre acciones legales en contra de Hector LLaitul por parte del subsecretario del interior Manuel Monsalve.

Otro hecho insólito además es el aparente intento por parte del ministerio del interior por cambiar la biografía del werken (mensajero, portavoz) de la Coordinadora Arauco Malleco en Wikipedia, agregando «Terrorista» en su descripción.

Fonte: Radio Kurruf

(port) Carta das Teias dos Povos do Brasil

Do dia 05 ao dia 09 de maio de 2022 aconteceu o I Encontro Nacional das Teias, sob o tema “Tecendo Alianças para Fortalecer Nossas Lutas pelo Bem Viver dos Povos”. Trazendo consigo suas ancestralidades, encantarias, memórias de luta, saberes tradicionais e anseios de partilha, fizeram-se presentes articuladoras e articuladores de diversas regiões do Brasil em mais um passo na construção da grande aliança preta, indígena e popular tendo como princípios a luta por terra, território e bem viver.

A Teia da Bahia acolheu, durante esses quatro dias, no Assentamento Terra Vista, na cidade de Arataca, no sul da estado, quebradeiras de coco, povos originários, quilombolas, pescadores artesanais, assentados e assentadas, angoleiros e angoleiras, sertanejos e sertanejas, camponeses e camponesas, povo de terreiro e aliadas e aliados, que vieram dos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nestes dias de Encontro, fortalecemos a relação entre as Teias através dos cantos sagrados, dos tambores, do rezo, da presença dos encantados, das lutas tradicionais, da alimentação saudável, das trocas afetivas e das discussões de horizontes.

Nos últimos anos, o capitalismo com seus diversos atores (agronegócio, mineração, garimpos, narcotráfico, fundamentalismo religioso, Estado) avançaram sobre os territórios tradicionais e as periferias das cidades. Isso, somado à pandemia, provocou um acirramento da violência, com muitas mortes dos nossos. Neste contexto, as Teias sentem a importância de constituir uma articulação rebelde entre os povos pela proteção dos territórios, retomadas, autodemarcação, autodefesa e enfrentamento a todos inimigos que saqueiam há séculos o direito de vivermos de forma digna. Para isso, a luta por terra e território e a construção da soberania alimentar é diversa e fundament al. Este processo não será pautado pelas leis de quem nos oprime, mas sim pela ancestralidade, que nos nutre e nos ensina que a luta não é de hoje e não terminará amanhã. É este o fundamento que permite sabermos de onde viemos e para onde caminharemos, conectados com nossas comunidades, como mostrou no Encontro os ensinamentos da filosofia do povo Bacongo. É a ancestralidade que permite firmarmos entre nós os acordos – que vêm do coração – em busca da aliança fincada em princípios inegociáveis. É esta mesma ancestralidade que nos dá força para enfrentar a guerra em defesa das nossas nascentes, nossos rios, nossas florestas, nossas crianças, nossa juventude, nossos mais velhos, nossas sementes, nossa espiritualidade, nosso direito de ser e de existir.

Retornaremos aos nossos territórios como sementes e brotando espiritualidade regada pelas práticas tradicionais e agroecológicas para nos enraizarmos em nosso lugar de bem viver.   Convocamos todos os povos de Pindorama para estarmos juntos e traçar os fios desta grande teia.

Sempre lembrando que o que nos une é maior do que aquilo que nos separa!

Diga ao povo que avance!

I Encontro Nacional da Teia dos Povos
08 de maio de 2022
Assentamento Terra Vista – Arataca/Bahia

Fonte: Teia dos Povos

(esp) Carta del 3º encuentro de gobernancia y autodefensa Ka’apor

Nosotros, pueblo Ka’apor, realizamos nuestro 3ro Encuentro de Gobernanza y Autodefensa en el municipio de Presidente Médici-MA (Brasil), durante los días 28, 29, 30/04 y 01/05. Encuentros para rever y organizar nuestro Plano de Autodefensa y protección colectiva; organización y
fortalecimiento de nuestra lucha para preservar nuestro territorio y la naturaleza.

Todos participan y deciden lo que hacemos.

Muchos han sido los ataques a nuestros parientes. En los últimos días, vimos nuevos ataques a los Yanomami, Xipaya y otros pueblos, más allá de agresiones a los quilombolas, campesinos y trabajadores y trabajadoras de la ciudad.

El territorio Ka’apor Alto Turiaçu sufre con la invasión de los madereros, y la codicia de empresas de minería ya instaladas en las ciudades próximas al territorio. Ya existe extracción de oro en varias regiones en el entorno del territorio. Ya sabemos que ellas están intentando reclutar líderes para que se posicionen a favor de la extracción mineral.

Después de nuestro 2ndo Encuentro de Gobernanza y Autodefensa, en enero de este año, un líder y un compañero fueron cercados por madereros y sus matones, pero consiguieron protegerse.

Muchos son los ataques, mayor continuará siendo nuestra resistencia.

Los ataques cuentan con la connivencia del gobierno del estado de Maranhão, que no hace nada contra, y tiene la participación directa del gobierno Bolsonaro y de los alcaldes que lo apoyan, muchos involucrados en corrupción, como fue el caso del alcalde de Centro Novo do Maranhão, en el escándalo con el ex-ministro de educación y del diputado federal Josimar do Maranhãozinho, que renunció a su mandato después de otras denuncias. El proyecto de ley que autoriza la minería en los territorios indígenas es más un ataque, que solo beneficia a las empresas de minería. No bastando esto, nuestros líderes y sus compañeros están siendo criminalizados, con acusaciones falsas. Quieren impedirnos de defender nuestra propria casa que es nuestro territorio.

Las áreas de protección que hemos creado son una forma de defender nuestro territorio. Ellas son nuevas comunidades creadas en las rutas de invasión de madereros, cazadores y buscadores de oro. Son formas pacíficas de barrar la invasión. Con esto, la floresta se recupera y trae los animales de vuelta.

Nosotros cuidamos de la floresta y ella cuida de nosotros. Este es nuestro ciclo de la vida y es de esta forma que construimos nuestro acuerdo de convivencia y el buen vivir.

Infelizmente, algunos líderes de algunos pueblos indígenas están permitiendo la entrada de empresas de minería y de la agro-industria en nuestros territorios. Creen que van a ganar dinero. Esto es una ilusión porque minería y agro-industria destruyen la naturaleza, la selva, los ríos y sus pueblos.

Al final, sobra miseria y muerte.

El 3ro encuentro contó con la participación del pueblo Shuar, del Ecuador, de los Nasa de Colombia, del pueblo Timbira aquí del Maranhão y de otros líderes más. También recibimos apoyo de la Comunidad La Salle, SMDDH, CSP Conlutas-PA, Andes-SN, Adunb, Aduff, SindpetroAmazônia y Sinduepa. Otros más colaboraron en otros momentos. Son todos nuestros aliados.

Al final del encuentro, que contó con representantes de todas las comunidades orientadas por los Tuxa Ta Pame, reforzamos la necesidad de estar más juntos y unidos contra la minería, la agro-industria y los gobiernos autoritarios. Convidamos nuestros parientes de otros países y del Brasil a estar juntos con nosotros en esta lucha. Juntos y juntas somos más fuerte todavía!
La unión es nuestra fuerza.

NO A LA MINERÍA. SI MINERAN HABRÁ GUERRA

FUERA EMPRESAS DE MINERÍA DEL CENTRO NOVO DEL MARANHÃO.

DEFENSA DE LA NATURALEZA Y DE SUS PUEBLOS.

EN DEFENSA DE NUESTROS TERRITORIOS Y DE LA AUTODETERMINACIÓN DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS.

APOYO PARA LA MANUTENCIÓN DE LAS ÁREAS DE PROTECCIÓN

NO A LA CRIMINALIZACIÓN DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS, DE SUS LÍDERES Y COMPAÑEROS.

FUERA BOLSONARO Y SUS ALIADOS.

Presidente Médici-MA, 01/05/2022

PYRÃ TÃ HA JOHU KATU!

TUXA TA PAME

Fonte: Teia dos Povos

(port) Carta do 3º Encontro de Governança e Autodefesa Ka’apor

Nós, povo Ka’apor, realizamos nosso 3o Encontro de Governança e Autodefesa no município de Presidente Médici-MA, nos dias 28, 29, 30/04 e 01/05. Encontros para rever e organizar nosso Plano de Autodesa e proteção coletiva; organização e fortalecimento de nossa luta para preservar nosso território e a natureza.

Todos participam e decidem o que fazemos.

Muitos têm sido os ataques aos nossos parentes. Nos últimos dias vimos novos ataques aos Yanomami, Xipaya e outros povos, além da agressão aos quilombolas, camponeses e trabalhadores e trabalhadoras da cidade. O território Ka’apor Alto Turiaçu sofre com a invasão dos madeireiros, garimpeiros e cobiça de mineradoras já instaladas na sede das cidades próximo ao território. Já existe extração de ouro em varias regiões no entorno do território. A mineração contamina tudo: o solo, a floresta, os rios, mata os animais e as pessoas. Já sabemos que elas estão tentando aliciar lideranças para ser a favor da exploração mineral.

Após o nosso 2o Encontro de Governança e Autodefesa, em janeiro desse ano, uma liderança e um apoiador foram cercados por madeireiros e seus capangas, mas conseguiram se proteger. Muitos são os ataques, maior continuara sendo nossa resistência. Os ataques contam com a conivência do governo estadual, que nada faz contra, e tem a participação direta do governo Bolsonaro e dos prefeitos que o apoiam ,muitos envolvidos em corrupção, como foi o caso do prefeito de Centro Novo do Maranhão, no escândalo com o ex- ministro de educação e do deputado federal Josimar do Maranhãozinho, que renunciou ao mandato depois de outras denuncias.

O projeto de lei que autoriza a mineração nos territórios indígenas é mais um ataque, só beneficiando as mineradoras. Não bastasse isso, nossas lideranças e seus apoiadores estão sendo criminalizados, com acusações falsas. Querem nos impedir de defender nossa própria casa que é nosso território.

As áreas de proteção que temos criado são uma forma de defender nosso território. Elas são novas comunidades criadas nas rotas de invasão de madeireiros, caçadores e garimpeiros. São formas pacíficas de barrar a invasão. Com isso, a floresta se recupera e traz os animais de volta.

Nós cuidamos da floresta e ela cuida de nós. Esse é no nosso ciclo da vida e é dessa forma que construímos nosso acordo de convivência e o bem viver.

Infelizmente, algumas lideranças de alguns povos indígenas estão permitindo a entrada de mineradoras e do agronegócio em nossos territórios. Acham que vão ganhar dinheiro. Isso é uma ilusão porque mineração e agronegócio destroem a natureza, matas, rios e seus povos. No final, sobra miséria e morte.

O 3o encontro contou com a participação do povo Shuar, do Equador, dos Nasa, da Colômbia, do povo Timbira aqui do Maranhão e de outras lideranças mais. Também recebemos o apoio da Comunidade La Salle, SMDDH, CSP Conlutas-PA, Andes-SN, Adunb, Aduff, Sindpetro Amazônia e Sinduepa. Outros mais colaboraram em outros momentos. São todos nossos aliados.

Ao final do encontro, que contou com representantes de todas as nossas comunidades orientadas pelos Tuxa ta Pame, reforçamos a necessidade de estarmos mais juntos ainda contra a mineração, o agronegócio e governos autoritarios. Convidamos nossos parentes de outros países e do Brasil a estarmos juntos nessa luta. Juntos e juntas somos mais fortes ainda. A unidade é a nossa força.

-NÃO À MINERAÇÃO. SE MINERAR VAI TER GUERRA.

-FORA MINERADORAS DE CENTRO NOVO DO MARANHÃO.

-DEFESA DA NATUREZA E DE SEUS POVOS.

-EM DEFESA DOS NOSSOS TERRITÓRIOS E DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS.

-APOIO À MANUTENÇÃO DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO.

-NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS, DE SUAS LIDERANÇAS E APOIADORES.

-FORA BOLSONARO E SEUS ALIADOS.

Presidente Médici-MA,01/05/2022

PYRÃ TÃ HA JOHU KATU!

TUXA TA PAME

Fonte: Teia dos Povos

(port) Wallmapu: comunicado da CAM sobre Boric e a tentativa de assimilação da luta mapuche

O projeto político e burocrático reciclado para enfrentar o conflito com a nação Mapuche está condenado ao fracasso. Se insistirá na teoria dos “caminhos”, que serve para reforçar uma institucionalidade opressiva com um discurso que criminaliza antecipadamente as expressões de resistência.

Declaração da Coordenadora Arauco Malleco (CAM) sobre as novas táticas de assimilação e indigenismo das elites e Gabriel Boric:

Em nossa opinião, a eleição de Boric é parte de um contexto marcado pela reciclagem de uma antiga institucionalidade assimiladora que falhou no Wallmapu.

A presença indígena na assembléia constituinte e a suposta aspiração plurinacional do novo governo, ambos fatores com claras limitações políticas e ideológicas, indicam que o objetivo institucional não é transformar a correlação de forças entre as duas nações, uma questão que forçaria a questão da despossessão territorial e os interesses do grande capital que opera em Wallmapu, mas legitimar um discurso progressista sobre questões indígenas em nível nacional e internacional que cega os amantes deste novo governo “progressista” e de “boas vibrações”.

Neste contexto, certos setores mapuches que vêem uma oportunidade na institucionalidade Winka aparecem e se reorganizam, seja para benefícios pessoais ou porque demonstram, agora sem problemas e dançando alegres no palácio de La Moneda, que sua luta tem mais a ver com o preenchimento de formulários no CONADI ou na Forestal Arauco do que com a recuperação de nosso território. Como já dissemos antes, esta abertura institucional deve ser lida como um rearranjo das formas de legitimidade e hegemonia colonial que o grande capital estabelece no Wallmapu para encurralar e sufocar as expressões revolucionárias da resistência mapuche e não como um sinal de vontade política para resolver o conflito histórico.

É assim que podemos entender o papel que os históricos Yanakonas, como Santos Reinao e Galvarino Reiman, entre outros personagens com o sobrenome Mapuche, estão desempenhando em servidão às empresas florestais.

A tal ponto que este rearranjo é funcional ao sistema capitalista neoliberal que setores da ultra-direita, empresários, colonos e grupos paramilitares que existem em nosso território ancestral, promovidos por organizações como a APRA e indivíduos como Gloria Naveillan e Miguel Mellado, firmemente anti-Mapuche, têm apoiado publicamente personagens como Galvarino Reiman, Aucan Huilcamán ou Norín como atores relevantes no problema Mapuche.

Portanto, não deve ser surpresa que setores supostamente progressistas identifiquem as mesmas pessoas como interlocutores “válidos” para supostos diálogos. O que o governo procura não é fazer progressos na resolução do conflito, mas legitimar seu aparato assimilador a todo custo, principalmente com setores Mapuche cooptados e servis.

Ao mesmo tempo, os chamados “acadêmicos” e “intelectuais” mapuches que, após ganharem dinheiro às custas do movimento revolucionário autonomista, fingindo ser especialistas no assunto a fim de conseguir empregos no sistema, se posicionaram como porta-vozes de uma democracia plurinacional que está apenas em suas mentes nostálgicas, estão mais uma vez aparecendo.

Aqueles que antes pretendiam ser “intelectuais do movimento mapuche” tomaram agora sua posição nas Universidades, Centros de Pesquisa e órgãos públicos para elaborar a engenharia para legitimar este rearranjo colonial, mesmo utilizando as mais sofisticadas elaborações teóricas, historiográficas e artísticas para cumprir seus fins institucionais.

Estes chamados intelectuais, após suas piruetas analíticas e conselhos aos novos gabinetes, acabam ignorando o fato de que o legado do weychan é atualmente uma prática viva, uma questão já demonstrada nas diversas zonas de conflito e processos de recuperação territorial que as organizações mais consistentes empreenderam na luta pela reconstrução nacional mapuche.

É por causa do exposto acima que prevemos que o projeto político e burocrático reciclado para lidar com o conflito com a nação mapuche está condenado ao fracasso. Insistirá na teoria dos “caminhos”, que serve para reforçar uma institucionalidade opressiva com um discurso que criminaliza antecipadamente as expressões de resistência.

Eles procurarão cooptar o número máximo de pessoas que pertenceram ao movimento Mapuche; haverá setores e lonko histórico do weychan que se deixarão seduzir por negociações leves e trocarão princípios por esmolas lamentáveis. Apesar disso, existem expressões comprometidas em continuar no caminho da libertação nacional weychan e Mapuche, um espaço onde assumimos um compromisso como CAM, sem concessões, e seguindo os princípios legados por nosso futa keche kuifi.

É por esta razão que nos definimos como Mapuche revolucionários e lutamos durante anos contra as expressões territoriais do Estado capitalista e colonial. É pela mesma razão que nossas ações continuarão a atacar a reprodução do grande capital que opera com sangue e fogo em nossa Wallmapu e fortaleceremos o controle territorial como a plataforma básica e única para transformar a realidade criada pelo extrativismo genocida.

Como CAM, não dialogaremos com aqueles cujo objetivo final é a aniquilação de nosso povo, como Monsalve e companhia.

Em meio a tanta confusão, reafirmamos nosso caminho político-militar do weychan como fizeram Leftraru, Pelontraro e nosso weychafe caído em combate em seu tempo, que não está focado em obter migalhas burocráticas do inimigo, mas em lançar as bases de nossa proposta de libertação nacional mapuche, para a qual é necessária a expulsão de toda expressão capitalista e colonial do Wallmapu.

“Chumkawürme famentu kunulayayiñ taiñ rüf chumkunurpuel zungu taiñ kuifike cheyem”…

“Furi trekawlayiñ, chew ñi witrum mollfüñ, chew ñi fenteñma kutrankawmum fentren ke cheyem taiñ wiño kisu ngunetuafel”…

“Femechi mu llemay, pu Lonko, pu Machi, pu wewpife, kuifike Koyawtufe, ka pu Weichafe, eluwlaymün tañi wewngeal tüfachi Weichan mu”…

“Taiñ pu trananagchi weichafeyem mew amuleay taiñ weichan”…

” Inayafiyiñ tüfachi kiñe rüpü müten, taiñ ka antü kizungunewtual, eluwlayiñ welu trapümnerpuayiñ tañi Mapuche newen”.

Weuwaiñ!

Marrichiweu!

Comissão Política, CAM.

Fonte: Agência de Notícias Anarquistas

(esp) Wallmapu: comunicado de la CAM sobre Boric y el intento de asimilación de la lucha mapuche

El diseño político y burocrático reciclado para abordar el conflicto con la nación mapuche está condenada al fracaso. Se insistirá en la teoría de las “vías”, la cual sirve para reforzar una institucionalidad opresora con un discurso que de antemano criminaliza a las expresiones de resistencia.

Pronunciamiento de la Coordinadora Arauco Malleco – CAM ante las nuevas tácticas asimilacionistas e indigenistas de las elites y Gabriel Boric:

A nuestro entender, la elección de Boric se inscribe en un contexto marcado por el reciclaje de una vieja institucionalidad asimilacionista que ha fracasado en el Wallmapu.

La presencia indígena en la constituyente y la supuesta aspiración plurinacional del gobierno entrante, ambos factores con claras limitaciones políticas e ideológicas, indican que la finalidad institucional no es transformar la correlación de fuerzas entre ambas naciones, cuestión que obligaría a poner en el foco la cuestión del despojo territorial y los intereses del gran capital que operan en Wallmapu, sino legitimar un discurso progresista en materia indígena a nivel nacional e internacional que ciega a los amantes de este nuevo gobierno “progre” y “buena onda”.

En este contexto, aparecen y se reordenan ciertos sectores mapuche que ven una oportunidad en la institucionalidad winka, ya sea para beneficios personales o porque demuestran, ahora sin problemas y bailando purrun en La Moneda, que su lucha tiene más que ver con llenar formularios en la CONADI o en la Forestal Arauco que con recuperar nuestro territorio. Ya lo hemos dicho antes, esta apertura institucional tiene que ser leída como un reacomodo de las formas de legitimidad y hegemonía colonial que el gran capital establece en el Wallmapu para arrinconar y asfixiar a las expresiones revolucionarias de la resistencia Mapuche y no como una muestra de voluntad política para solucionar el conflicto histórico.

Así se entiende, el rol que estarían cumpliendo los históricos yanakonas serviles a las forestales como Santos Reinao y Galvarino Reiman, entre otros personajes de apellido mapuche.

A tal punto este reacomodo es funcional al sistema capitalista neoliberal que sectores de la ultraderecha, empresarios, colonos y agrupaciones paramilitares que existen en nuestro territorio ancestral impulsados por organizaciones como APRA y por sujetos como Gloria Naveillan y Miguel Mellado, acérrimos antimapuche, han apoyado públicamente a personajes como Galvarino Reiman, Aucan Huilcamán o Norín como actores relevantes en la problemática mapuche.

No debe resultar extraño, por tanto, que los sectores supuestamente progresistas identifiquen a los mismos personajes como interlocutores «válidos” para supuestos diálogos. Lo que busca el Gobierno no es avanzar en la resolución del conflicto, sino legitimar su aparataje asimilacionista a toda costa, principalmente con sectores mapuche cooptados y serviles.

A la vez, aparecen de nuevo los supuestos “académicos” e “intelectuales” mapuche que, luego de ganar dinero a costa del movimiento autonomista revolucionario dándoselas de especialistas en el tema para conseguir puestos de trabajo en el sistema, se han posicionado como los portavoces de una democracia plurinacional que sólo está en sus mentes nostálgicas.

Los que antes se hacían ver como “intelectuales del movimiento Mapuche” ahora han tomado su posición en Universidades, Centros de Investigación y organismos públicos para elaborar la ingeniería que permita legitimar este reacomodo colonial, incluso, utilizando las más sofisticadas elaboraciones teóricas, historiográficas y artísticas para cumplir sus fines institucionales.

Estos supuestos intelectuales, después de sus piruetas analíticas y asesorías a los nuevos gabinetes, terminan desconociendo que actualmente la herencia del weychan es una práctica viva, cuestión ya demostrada en las diversas zonas de conflicto y procesos de recuperación territorial que hemos emprendido las orgánicas más consecuentes con la lucha por la reconstrucción Nacional Mapuche.

Es por lo anterior que vislumbramos que el diseño político y burocrático reciclado para abordar el conflicto con la nación mapuche está condenada al fracaso. Se insistirá en la teoría de las “vías”, la cual sirve para reforzar una institucionalidad opresora con un discurso que de antemano criminaliza a las expresiones de resistencia.

Se buscará cooptar la máxima cantidad de personas que han pertenecido al movimiento mapuche; habrá sectores y lonko históricos del weychan que se dejarán seducir por negociaciones a la ligera y tranzarán principios por dádivas lastimeras. Pese a esto, existen expresiones comprometidas por seguir en el camino del weychan y la liberación nacional Mapuche, espacio donde asumimos un compromiso como CAM, sin tranzar, y siguiendo los principios legados por nuestros futa keche kuifi.

Es por algo que nos hemos definido como Mapuche revolucionario y hemos combatido por años las expresiones territoriales del estado capitalista y colonial. Es por lo mismo que nuestras acciones seguirán golpeando la reproducción del gran capital que opera a sangre y fuego en nuestro Wallmapu y fortaleceremos el control territorial como la plataforma básica y única para transformar la realidad creada por el extractivismo genocida.

Como CAM, no vamos a dialogar con quienes tienen como fin último el aniquilamiento de nuestra gente, como Monsalve y compañía.

En medio de tanta confusión, reafirmamos nuestro camino político militar del weychan tal como lo hicieron en su momento Leftraru, Pelontraro y nuestros weychafe caídos en combate, el cual no se centra en obtener migajas burocráticas del enemigo sino en sentar las bases de nuestra propuesta de liberación nacional mapuche, para lo cual es necesaria la expulsión de toda expresión capitalista y colonial del Wallmapu.

«Chumkawürme famentu kunulayayiñ taiñ rüf chumkunurpuel zungu taiñ kuifike cheyem»…..

«Furi trekawlayayiñ,chew ñi witrumum mollfüñ, chew ñi fenteñma kutrankawmum fentren ke cheyem taiñ wiño kisu ngunetuafel.»…..

«Femechi mu llemay, pu Lonko, pu Machi, pu wewpife, kuifike Koyawtufe, ka pu Weichafe, eluwlayaymün tañi wewngeal tüfachi Weichan mu»….

«Taiñ pu trananagchi weichafeyem mew amuleay taiñ weichan…

» Inayafiyiñ tüfachi kiñe rüpü müten, taiñ ka antü kizungunewtual, eluwlayayiñ welu trapümnerpuayiñ tañi Mapuche newen.

¡Weuwaiñ!

¡Marrichiweu!

Comisión política, CAM.

Fonte: Prensa Opal

(port) COMUNICADO: WEICHAN AUKA MAPU reafirma compromisso revolucionário em ações de sabotagens aos interesses capitalistas

Temos claro que a ultradireita e a centro-esquerda servem aos donos do Chile, o que, ao verem seus interesses ameaçados, têm pressionado para que o imputado Piñera instale os militares em Wallmapu”

 

Marri marri pu machi, lonko, pu werken, pu wunen, pu weichave, pu compuche, pu che meli witran mapu.

Ao povo nação Mapuche, aos povos em resistência, à opinião pública nacional e internacional.

Como Weichave de Weichan Auka Mapu, que coabitamos o território lavkenche, declaramos:

O atual estado de exceção, com a presenta de tropas do exército, da infantaria da marinha e de policiais em nosso histórico Wallmapu, não é algo novo para nosso povo, e responde a um plano estratégico político contrainsurgente aplicado pelo governo atual, mas impulsionado e dirigido pelos poderes econômicos com interesses no território, este que é o real poder por trás da classe política, que governou, governa e pretende seguir governando o Chile.

Entendemos esse novo cenário como um fortalecimento à já existente força político-militar, que o Estado chileno colocou à disposição do poder econômico para que proteja seus interesses capitalistas no Wallmapu histórico. Sobretudo no momento em que a resistência mapuche tem obrigado as florestais, os latifundiários, as hidrelétricas e outras expressões capitalistas a abandonar o território.

Esse endurecimento da repressão é uma resposta ao crescimento do povo mapuche em resistência, situação que ser vista no aumento das recuperações de terra de maneira efetiva, no aumento da capacidade de autodefesa nos territórios, a aparição de mais expressões e organizações que realizam atos de sabotagem e o fortalecimento da vida mapuche nas comunidades.

Tal realidade é resultado da continuidade da luta e resistência mapuche de aproximadamente 30 anos, mas que como todo processo com características revolucionárias, sofre com o surgimento de “expressões oportunistas” que sujam os processos de luta.

Assim, como somos conscientes do avanço do movimento de resistência, das ações de sabotagem e da validade do weichan, também somos dos erros que ocorreram neste longo processo e que atualmente tem levado ao inimigo, por meio do monopólio comunicacional, tente deslegitimar a luta, difamando-a e injuriando-a frente a opinião pública.

Acreditamos que é necessário assumir esta realidade e entender que em todo o processo revolucionário de liberação onde existe uma disputa territorial, surgem grupos e pessoas que cometem atos de delinquência comum que prejudicam as comunidades e que dentro da análise atual não se enquadram na luta.

Para nos ajudar a resolver essa realidade, acreditamos que é importante assumir as causas deste fenômeno, que não é novo, mas que tem se tornado visível em paralelo ao processo revolucionário mapuche com o objetivo de queimar o movimento. Consideramos que não é correto afastar-se dos problemas sob uma certa superioridade moral.

Devemos ser capazes, como movimento de desistência, sobretudo os que tivemos responsabilidades e lideranças nos últimos 25 anos de luta, de assumirmos não apenas os aspectos benéficos deste processo, mas também daqueles aspectos negativos que têm se dado em paralelo ao conflito.

Se não fizermos, dificilmente daremos solução ao que hoje nos aflige como povo. Não resolveremos nada impondo critérios morais ou acusando-nos uns aos outros sobre quem é mais responsável quando a permissividade e o ato de jogar a sujeira para debaixo do tapete tem sido uma prática habitual dentro da luta neste território.

A respeito da militarização do território, acreditamos que são vários os motivos para a sua implementação:

Primeiro, como iniciativa populista frente às eleições de novembro, e manobra de distração ante a acusação constitucional do imputado Piñera.

Segundo, frente ao fortalecimento de uma ultradireita dubitativa e amarilla. Temos claro que a ultradireita e a centro-esquerda servem aos donos do chile, o que, ao verem seus interesses ameaçados, têm pressionado para que o imputado Piñera instale os militares em Wallmapu.

Forças militares e policiais, manchadas através da história e que o povo chileno bem conhece. Sabemos que idolatram o dinheiro, uma mostra clara é o caso Pacogate, que entre os anos de 2006 e 2017 se instalou como o maior caso de fraude e corrupção na história do Chile, com um desfalque de mais de 35 bilhões de pesos durante o mando do general ex-diretor Eduardo Gordon. A mega fraude das forças armadas, de mais de 3 bilhões, mediante o uso de mecanismos de engano para transferir dinheiro público para pessoas privadas, fugindo das fiscalizações da controladoria. Com o uso de esquemas confabulados entre seus altos mandos, como fez o comandante chefe Oscar Izurieta no caso Frasim e Tecnometal, com desvio de verbas, da lei reservada do cobre.

Mas a PDI não fica atrás nesta corrida de corrupção, como demonstram os fatos, com o ex-diretor Héctor Espinoza, acusado por malversação de verba publica, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. Fica demonstrado a forma operacional desta logica delinquencial chamada forças armadas e de ordem, que operam a custas das necessidades do povo chileno.

Porém, não só de dinheiro se mancham as mãos desses sequazes, lembremos sua história de crimes…

21 de dezembro de 1907, na “matança da escola Santa Maria”, 126 operários foram assassinados por militares chilenos segundo seus próprios cálculos – quando na história se sabe que chegou a mais de 2 mil mortos –, tingindo com sangue as ruas de Iquique. Assassinatos a mando do empresariado salitreiro para acabar com o movimento operário no norte do Chile.

Ou o papel cumprido cabalmente pelas já mencionadas instituições da vergonha no golpe de estado de 1973, massacrando e assassinando seu próprio povo, sem falar dos detidos desaparecidos.

A memória mais recente, outubro de 2019, chamada “revolta social”, mutilações, estupros, assassinatos e mais de 541 investigações encerradas pela promotoria sem responsáveis por violações aos Direitos Humanos contra menores de idade. E tantas outras sem justiça, como o assassinato de Manuel Rebolledo, em Talcahuano, em 22 de outubro do mesmo ano, ou o histórico desaparecimento de José Huenante de apenas 16 anos a mais de carabineiros em Puerto Montt no dia 3 de setembro de 2005.

Em resumo, a nova força policial e militar lacaia e instrumental dos interesses políticos e a serviço dos seus proprietários capitalistas. Portanto, é uma guarda mais bem treinada, mas mais do que isso, cães de guarda dos ricos.

Ricos que têm seus interesses em Wallmapu, em investimentos florestais, hidroelétricas, latifundiárias, empresas imobiliárias e extrativistas.

Convidamos a analisar e assumir a realidade atual, reconhecendo o positivo e o negativo que se dão neste território durante os processos de luta. Em comum com os elementos próprios de nossa cultura dirigido pelo AZ Mapu, AZ Mongen por meio do malón e wichan, reconhecendo o nxtram, txawun e kelluwun como as práticas cotidianas e válidas para apoiar a luta e o controle territorial efetivo. Práticas que permitiram aos nossos kuvikecheyem sustentar o weichan contra os invasores inkas, espanhóis e o Estado chileno, sem perder de vista o contexto no qual o weichan está se dando atualmente.

Como weichan auka mapu:

Reafirmamos nosso compromisso revolucionário nas ações de sabotagem aos interesses capitalistas que destroem e devastam a ñuke mapu. Assim como as ações armadas que são concordantes com as necessidades de nossos lov e comunidades, reais garantidores e possuidores da legitimidade territorial.

Pelos weichave caídos em combate

liberdade aos presos políticos mapuche

liberdade aos presos políticos do povo chileno

ÑIELOLE MAPU MULEAY AUKAN
WEICHAN AUKA MAPU.

Novembro 2021.

(esp) COMUNICADO: WEICHAN AUKA MAPU reafirma compromiso revolucionario en acciones de sabotaje a intereses capitalistas

“Tenemos claro que la ultraderecha y la centro izquierda sirven a los dueños de chile, lo que, al ver amenazados sus intereses, han presionado para que el imputado piñera instale los militares en el wallmapu”

Marri marri pu machi, lonko, pu werken, pu wunen, pu weichave, pu compuche, pu che meli witran mapu.

Al pueblo nación Mapuche, a los pueblos en resistencia, a la opinión pública nacional e internacional.

Como weichave de weichan auka Mapu que cohabitamos el territorio lavkenche, declaramos:

El actual estado de excepción, con presencia de tropas del ejército, de infantería de marina, y policías, en nuestro histórico wallmapu, no es algo nuevo para nuestro pueblo, y responde a un plan estratégico político contrainsurgente, aplicado por el gobierno actual, pero impulsado y dirigido por los poderes económicos con intereses en el territorio, quien es el poder real detrás de la clase política, quien ha gobernado, gobierna y pretende seguir gobernando en chile.

Este nuevo escenario lo entendemos como un fortalecimiento a la ya existente fuerza político-militar, que el estado chileno a puesto a disposición del poder económico, para que proteja sus intereses capitalistas en el wallmapu histórico. Sobre todo, en momentos en que la resistencia mapuche ha obligado a las forestales, latifundistas, hidroeléctricas, y otras expresiones capitalistas del territorio, a abandonar el territorio.

Este endurecimiento de la represión es en respuesta al crecimiento del pueblo mapuche en resistencia, situación que se puede ver reflejada en el alza de las recuperaciones de tierras en forma efectiva, el aumento de la capacidad de autodefensa en los territorios, la aparición de más expresiones y organizaciones que se desarrollan actos de sabotaje, y el fortalecimiento de la vida mapuche en las comunidades.

Esta realidad es resultado de la continuidad de la lucha y resistencia mapuche de hace aproximadamente 30 años, pero que como todo proceso con características revolucionarias sufre el surgimiento de “expresiones oportunistas”, que ensucian los procesos de lucha.

Así, como somos conscientes del avance del movimiento de resistencia, de las acciones de sabotaje y de la validez del weichan, también lo somos de los errores que se han dado en este largo proceso, y que en la actualidad a llevado a que el enemigo, a través del monopolio comunicacional intente deslegitimar la lucha, denigrándola y denostándola frente a la opinión pública.

Creemos que es necesario asumir esta realidad, entendiendo que en todo proceso revolucionario de liberación donde existe una disputa territorial, surgen grupos y personas, que cometen actos de delincuencia común que dañan a las comunidades, y que dentro del análisis actual no se enmarcan en la lucha.

Para ayudarnos a resolver esta realidad, creemos que es importante asumir las causas de este fenómeno, que no es nuevo, pero que ha ido visualizándose en paralelo al proceso revolucionario mapuche para ensuciar al movimiento. Consideramos que no es correcto desmarcarse de los problemas bajo una cierta altura moral.

Debemos ser capaces como movimiento de resistencia, sobre todo los que hemos tenidos responsabilidades y liderazgos en los últimos 25 años de lucha, de hacernos cargo, no solo de los aspectos beneficiosos de este proceso, sino también de aquellos aspectos negativos que se han dado en paralelo al conflicto.

De no hacerlo, difícilmente daremos solución a lo que hoy nos aqueja como pueblo. No resolveremos nada imponiendo criterios morales, o acusándose los unos a los otros sobre quien es más responsable, cuando la permisividad y el acto de tapar la basura bajo la alfombra ha sido una práctica habitual dentro de la lucha en este territorio.

Respecto a la militarización del territorio, creemos que son varios los motivos para su implementación:

Primero, como iniciativa populista frente a las elecciones de noviembre, y maniobra distractora ante la acusación constitucional del imputado Piñera.

Segundo, ante el fortalecimiento de una ultraderecha dubitativa y amarilla.

Tenemos claro que la ultraderecha y la centro izquierda sirven a los dueños de chile, lo que, al ver amenazados sus intereses, han presionado para que el imputado piñera instale los militares en el wallmapu.

Fuerzas militares y policiales, manchada a través de la historia, y que el pueblo chileno bien conoce. Sabemos que idolatran el dinero, muestra clara es el caso Pacogate, que entre los años 2006 al 2017, se instaló como el mayor caso de fraude y corrupción en la historia de chile, con un desfalco de más de 35 mil millones de pesos, durante el mando del general ex director Eduardo Gordon. O el mega fraude de las fuerzas armadas, en más de 3000 millones, mediante el uso de mecanismos de engaño para transferirse dineros públicos entre personas privadas, evadiendo las fiscalizaciones de la contraloría. Con el uso de esquemas confabulados por sus altos mandos, como lo hiciera el comandante en jefe Oscar Izurieta, en el caso Frasim y Tecnometal, con desvío de fondos, de la ley reservada del cobre.

Pero PDI no es el caballo rezagado en esta carrera de corrupción, así lo demuestran los hechos, con el ex director Héctor Espinoza, imputado por malversación de caudales público, lavado de activos, y falsificación de instrumento público. Queda demostrado la forma operacional de esta logia delincuencial, llamadas fuerzas armadas y de orden, que operan a costa de las necesidades del pueblo chileno.

Pero no solo de dinero se manchan las manos estos secuaces, hagamos memoria de su historial del crimen…

21 de diciembre de 1907 “matanza de la escuela Santa Maria”, 126 obreros asesinados por militares chilenos según sus propias cifras, cuando en la historia se sabe que fueron mal de 2000 los muertos, tiñendo con sangre las calles de Iquique. Asesinatos mandados a cometer por el empresariado salitrero para acabar con el movimiento obrero en el norte de chile.

O el rol cumplido a cabalidad por las antes mencionadas instituciones de la vergüenza, en el golpe de estado de 1973. Masacrando y asesinando a su propio pueblo, sin hacerse cargo aun de los detenidos desaparecidos.

La memoria más reciente, octubre de 2019, “llamada revuelta social”, mutilaciones, violaciones, asesinatos y más de 541 causas cerradas por fiscalía sin responsables por violación a los DDHH, en contra de menores de edad. Y otras tantas sin justicia como el asesinato de Manuel Rebolledo en Talcahuano, ocurrido el 22 de octubre de mismo año, o la histórica desaparición de José Huenante, de solo 16 años a manos de carabineros en Puerto Montt un 3 de septiembre del 2005.

En resumen, la nueva fuerza policial y militar lacaya e instrumental a los intereses políticos, y al servicio de sus dueños capitalistas. Por tanto, es una guardia mejor entrenada, pero más que eso, perros guardianes de los ricos.

Ricos que tienen sus intereses en wallmapu, en inversiones forestales, hidroeléctricas, latifundistas, empresas inmobiliarias, y extractivistas.

Invitamos a analizar y asumir la realidad actual reconociendo lo positivo y negativo, que se da en el territorio, durante los procesos de lucha. En comunión con los elementos propios de nuestra cultura dirigido por el AZ Mapu, Az Mongen a través del malón y wichan, reconociendo el nxtram,txawun y kelluwun como las practicas cotidianas y válidas para aportar a la lucha y al efectivo control territorial. Prácticas que permitieron a nuestros kuvikecheyem poder sostener el weichan contra los invasores inkas, españoles y el estado chileno, pero sin perder de vista el contexto en que se está dando el weichan actualmente.

Como weichan auka mapu:

Reafirmamos nuestro compromiso revolucionario en las acciones de sabotaje y a los intereses capitalistas que destruyen y devastan la ñuke mapu. Así como las acciones armadas que son concordantes con las necesidades de nuestros lov y comunidades, reales garantes y poseedores de la legitimidad territorial.

Por los weichaves caídos en combate
libertad a los presos políticos mapuche
libertad a los presos políticos del pueblo chilenos

ÑIELOLE MAPU MULEAY AUKAN
WEICHAN AUKA MAPU.

Noviembre 2021.

via: Rádio Kurruf.

 

(esp) La militarización del Wallmapu impuesta por Piñera arrebata la vida de otro mapuche y mantiene grave a otros

La militarización del Wallmapu, bajo el nombre de Estado de Emergencia, cobró su primer muerto. Se trata del peñi Jordan Liempi Machacan, asesinado por infantes de marina el día de ayer, 3 de noviembre 2021. Ante este nuevo hecho de violencia colonialista por parte del estado chileno, como Red de Medios Radiales del Wallmapu y la Patagonia, manifestamos:

1. Repudiamos la decisión política de militarización del Wallmapu, tanto del estado chileno como argentino, que en el último mes se ha visto intensificada en el Ngulumapu (chile) por parte del tirano Piñera, imputado por corrupción, quien en un intento por salvar un gobierno que naufraga, decretó Estado de Excepción de Emergencia en 4 provincias de la llamada “Macrozona sur”. La oligarquía, ante el total fracaso de sus políticas neoliberales que garantizan el modelo económico extractivista, al quedarse sin argumentos, decidió recurrir a las fuerzas armadas, como históricamente lo ha hecho en todo el territorio chileno. Ahora cobró la vida de Jordan Liempi Machacan, a lo que hay que sumar una persona en estado grave con riesgo vital, Iván Porma Levique, y una gran cantidad de heridos entre ellos adultos, adolescentes y hasta una pequeña niña de 9 años.

2. Solidarizamos con todas las familias que están siendo reprimidas, sufriendo un hostigamiento policial y persecución política por parte del estado chileno, en conjunto con los grupos empresariales que defienden la industrialización extractivista que destruye el Itxo Fill Mongen. Sea esta forestal, agroindustria, hidroeléctricas, parques eólicos, salmonera o el negocio inmobiliario, todas están destruyendo la vida.

3. Hacemos un llamado a mantenerse informados en los medios de prensa libres e independientes al poder económico empresarial, a no consumir la mentira que presentan en la televisión y en los principales medios de difusión masiva, que están al servicio de los mismos intereses político-empresariales de quienes están declarando la guerra en el Wallmapu.

Ejerzamos nuestro libre derecho a la comunicación y a articularnos entre los diferentes medios autónomos, que nos permitan hacerle frente al bombardeo mediático que crea una falsa percepción de la realidad según los intereses de los ricos.

Witxapüsrape monko mieke fütal mapu, witxapüsrape in süngun engün
Que se levanten todos los territorios, que se alcen todas sus voces

Comunicado Público Red de Medios del Wallmapu y la Patagonia

  • Radio Lafken Mawida (Wadalafken)
  • Radio Aukinlaf (Wadalafken)
  • Hue Nehuen (Leftraru/ Fishke Menoco)
  • Radio Williche Mül’ütu (Relonkawin)
  • Radio Pellil Folil (Panguipulli)
  • Radio Kürruf (Concepción – Temuco).
  • KO Radio (Concepción)