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(port) Após assassinato de jovem Guarani Kaiowá, comunidade faz retomada no local onde ele foi baleado

 

Alex foi baleado no sábado 21 de maio quando saiu do Território Indígena (TI) Taquapery, onde morava, junto com dois outros jovens Guarani Kaiowá, para buscar lenha na vizinhança. Seu corpo foi encontrado com cinco perfurações de arma de fogo, do lado paraguaio da fronteira, a menos de dez quilômetros dos limites do território. Ele é a quarta pessoa da família a ser assassinada no município de Coronel Sapucaia, desde 2007.

O território Guarani e Kaiowá está cercado por fazendas e fazendeiros que querem sua morte! Fica muito dificil para eles subsistirem, além disso, o simples ato de circular na região – e até em áreas já reconhecidas como parte do Território Indígena – em algo arriscado e fatal. Numa carta ’à justiça”, Aty Guassu sangra por mais uma morte de um companheiro Guarani Kaiowá, o jovem Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos.

Após o assassinato do jovem, num ato de coragem e profunda resistência, a família decidiu fazer uma retomada no local onde o jovem foi baleado, perto da fronteira, numa fazenda conhecida pelos Guarani Kaiowá como Tekoha Jopara. No mesmo dia da retomada, os fazendeiros apoiados pelo Estado impediram o acesso à área com um bloqueio de viaturas do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), deixando a retomada ainda mais isolada.

Toda força à Tekoha Jopara
Viva a luta dos povos Guarani e Kaiowá
Viva a Aty Guassu!

Leia a carta da Aty Guassu.

Para saber mais sobre o caso aqui.

CARTA PARA A JUSTICA, ONDE QUER QUE ELA ESTEJA!

Nosso coração está sangrando. Não só o coração de cada Kaiowa e Guarani, mas o coração da própria Aty Guasu. Sentimos na alma, junto a nossa reza, nossos Mbaraka e Takuapu que o próprio coração da Mae Terra está sangrando junto do choro de dor que se espalha, como um canto fúnebre, por todos os nossos territórios.

Hoje amanhecemos TODOS com a mesma dor, angustia e indignação dos parentes de Takuapery. Com o assassinato brutal e covarde de Alex Lopes morreu uma parte de todos nós. Com a vida tirada de Alex Lopes a cicatriz que nos acompanha desde que nascemos voltou como um fantasma a doer dentro de cada Kaiowa. Revolta e medo dançam nas nossas visões.

Alex, menino de 18 anos, cheio de sonhos, como as demais crianças e jovens lutava – por que no MS para um Kaiowa viver é lutar – para ter um futuro em meio a Violência e Genocídio que nos cerca. Ele é o quarto da família extensa Lopes que é assassinado em Coronel Sapucaia desde 2007, em uma sequência de ataques que nunca para e que nunca parou contra nossos territórios.

O corpo sem vida deste jovem, como de nossa anciã e Nhandecy Xurite Lopes é somente a parte que toma dimensão publica de um massacre estrutural, intencional e permanente que segue velado. Nosso povo, por forca da nossa espiritualidade ou apenas por esperança busca encontrar, para acalmar o espirito de todos que tombaram, uma senhora chamada justiça. Por mais que busquemos ela, incessantemente por décadas, infelizmente, ainda não a encontramos, nem sequer a conhecemos. Em nossa busca incansável por esta Senhora não menosprezamos a sua esfera Estadual, e a qualidade de seus promotores, mas precisamos dizer que se este caso, como aconteceu com Denilson Barbosa – outro jovem assassinado em Caarapó em 2013 – acabar novamente nas mãos do Estado, estaremos condenados a ver ser estendido uma vez mais sobre o genocídio sofrido por nosso povo uma mortalha ou um pano tal qual hoje cobre o corpo de Alex.

Explicamos: Não precisamos dizer com palavras que vivemos em um Agro-Estado, nossa demarcação paralisada e ameaçada, os números de assassinatos e violações contra nosso povo e todas as manifestações publicas dos ruralistas contra nos – inclusive criminosas e violentas – já dão conta disso.

Então mesmo que encontremos a Senhora Justiça por aqui sabemos que não seremos vistos por ela como se deve. Ela sem sombra de dúvida sentará, mesmo que por coação ou forcada, na grande mesa farta dos fazendeiros.

Quando como no caso de Denilson Barbosa foi negado o nosso pedido de levar a discussão para esfera federal, entendemos que o que operou foi a compreensão de que se tratava de um assassinato isolado, localizado e não de uma questão que afeta nosso povo como um todo ou ao menos uma de nossas comunidades como um todo. Pois bem, do assassinato de Denilson para cá o que aconteceu? Mais de 30 ataques paramilitares a territórios – como no massacre de Caarapó que custou a morte de outro jovem, nosso querido Clodiodi – outros assassinatos como no caso de Simeão Vilhalva, e dezenas de mortes que por forca da invisibilidade e do racismo, ficaram sem solução, sub-notificados ou esquecidos. Vimos de tudo, a imprensa local fazer seu lobby diário travestido de todas as formas de racismo, os fazendeiros entrando e saindo dos prédios inclusive pressionando juízes – e afinal quem não se sentiria pressionada em realidades de fronteira? Vimos de tudo mas não vimos a Senhora Justiça.
Taquapery não é diferente. A reserva sofreu reduções desde seu ato de criação em 1928 que a deixaram com quase um terço de seu tamanho original. Nas terras que eram nossas, se instalaram as fazendas que vem promovendo violência contra nosso povo todos os dias. A retomada por parte das famílias em dor, de uma destas fazendas, onde Alex foi morto, se deu exatamente como um grito de chega, como em 2013, no Caso Denilson, onde as mães cansadas de enterrar seus filhos também retomaram, no movimento conhecido como Mamãe Kuera.

Neste caso, ocorrido em Caarapó, a competência foi destinada como
Estadual e nunca houve justiça, estando o caso – há mais de 10 anos – ainda em fase de audiências de instrução. Precisa-se dizer mais? Vocês imaginam o quanto nos doi uma coisa dessas?

Há muito instancias nacionais e internacionais de Direitos Humanos, inclusive a ONU e a OEA vem alertando e debruçando sobre o caso dos Kaiowa como risco de genocídio. Inúmeros estudos e denúncias dão conta de ligar os assassinatos contra nosso povo a um projeto histórico de dominação e morte.

Alex não é um caso isolado e não podemos deixar que assim seja definido. A morte de Alex é mais um ataque contra nosso território e a vida de nosso povo. Não foi apenas uma família – a de Alex que se levantou contra seu assassinato – mas sim toda uma comunidade. Isso não se daria caso a comunidade não tivesse em sua alma a noção de que lhes foi infringido um ataque coletivo, mais um de tantos. Não é mesmo?

Por isso, nós da Aty Guasu Kaiowa e Guarani –Movimento indígena que representa a totalidade dos territórios de nosso povo, para fazer valer a vida do menino Alex e de todos os outros, exigimos e suplicamos, que tenham os operadores de justiça sensibilidade e humanidade e permitam que sejamos julgados pela Esfera Federal. Que nos seja permitido o direito sobretudo de uma Perícia Federal – longe da influência do Agro-Estado.

Esta é a única maneira de tratar esse massacre que sofremos como se deve, e na contramão deste estado ruralista, fazer com que nosso povo um dia encontrar a tão esperada senhora chamada Justiça acreditando que é possível sonhar em encontra-la em um horizonte não tão distante.

OBS: Esta carta foi lavrada por mãos tremulas de nossos professores, que entre tristeza e comoção, prestaram este serviço a nosso povo na esperança de conquistar ao menos um pouco de reparação por toda violência histórica e pela omissão e morosidade da Justiça para com os Kaiowa até o presente momento.

Assinam esta carta:
Simão Kaiowa
Erileide Domingues
Eliseu Lopes
Otoniel Ricardo
Lucine Pedro de Almeida
Leila Rocha
Conselheiros da Grande Assembleia Kaiowa e Guarani da Aty Guasu
Taquapery, Coronel Sapucaia, 23-05-2022.

(esp) STF pospone nuevamente la votación del Marco Temporal

El ministro y presidente del Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, decidió posponer nuevamente la votación del Marco Temporal, sin nueva fecha para la realización del juicio. En el año pasado, la votación se pospuso dos veces hasta que el ministro Alexandre de Moraes pidió visas. Varias delegaciones indígenas estaban organizadas para participar, en Brasilia, del Campamento Lucha por la Vida para expresar su rechazo a la tesis del Marco Temporal, que impide la demarcación de las tierras indígenas recuperadas tras la promulgación de la Constitución Federal de 1988. El aplazamiento de la votación deja paralizados todos los procesos de demarcación de Tierras Indígenas y anima a los invasores a continuar con el expolio y destrucción de los territorios indígenas.

La lucha y la resistencia seguirán en los territorios y la solidaridad en las calles de las ciudades.

SOBRE EL MARCO TEMPORAL

La Tesis del Marco Temporal ( Recurso Extraordinario – RE nº 1.017.365) determina que las tierras en proceso de demarcación o las que pueden ser recuperadas en el futuro, deben comprobar ocupación desde por lo menos el 5 de octubre de 1988, fecha de la promulgación de la Constitución Federal de 1988. Los pueblos Xokleng, Kaingang y Guaraní de la Tierra Indígena Xokleng Laklaño, en el Estado de Santa Catarina, son el foco de este proceso. Sin embargo, fue considerado por la Corte Suprema en 2020 como un caso de Repercusión General, es decir, podría afectar a todos los pueblos que habitan esta tierra actualmente llamada Brasil. Esta tesis ignora así el despojo histórico de la territorios de los pueblos indígenas así como la violencia colonial que estructura la construcción de este país. También ignora que estos pueblos habitan aquí antes de la formación de cualquier Estado y sistema judicial, así como los límites territoriales asociados a ellos. Como bien reafirman los pueblos originarios en su lucha contra el Marco Temporal: “Nuestra historia no comienza en 1988”.

La inminencia de aprobación de esta tesis ha multiplicado en los últimos tiempos las invasiones de territorios indígenas, asesinatos, violaciones, así como intentos de cooptación de líderes, especialmente por parte de mineros, empresas mineras, usurpadores de tierras y representantes del agronegocio, interesados ​​en la madera proveniente de la deforestación y la producción de commodities para la exportación. Estos, a su vez, están representados en el Congreso Nacional por grupos ruralistas y evangélicos, que tratan de legitimar y legalizar sus acciones de exterminio a través de los Proyectos de Ley: 490/2007, del Marco Temporal; 191/2020, Minería en Tierras Indígenas; 2633/2020 y 510/2021, de acaparamiento público de tierras.

¡Todo nuestro apoyo a los pueblos originarios en lucha!

¡Que la solidaridad traspase muros y fronteras!

(port) STF adia novamente a votação do Marco Temporal

O ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, decidiu adiar novamente a votação do Marco Temporal, sem previsão de uma nova data para o julgamento acontecer. Já no ano passado a votação foi adiada 2 vezes até que o ministro Alexandre de Moraes pedisse vistas. Várias delegações indígenas estavam prontas para participar, em Brasília, do Acampamento Luta pela Vida para manifestar seu rechaço à tese do Marco Temporal, que impede a demarcação das terras indígenas recuperadas depois da promulgação da Constituição Federal de 1988. O adiamento da votação deixa todos os processos de demarcação de Terras Indígenas paralisados e incentivando os invasores a seguirem com a espoliação e destruição dos territórios indígenas.

A luta e a resistência seguirão nos territórios e a solidariedade nas ruas das cidades.

SOBRE O MARCO TEMPORAL

A Tese do Marco Temporal (Recurso Extraordinário – n.º 1.017.365), determina que as terras em processo de demarcação ou as futuras a serem recuperadas devem comprovar a ocupação no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de 1988. Os povos Xokleng, Kaingang e Guarani da Terra Indígena Xokleng Laklaño, no Estado de Santa Catarina, são o foco deste processo. No entanto, ele foi considerado pela Suprema Corte em 2020 como caso de Repercussão Geral, ou seja, poderá afetar a todos os povos que habitam esta terra atualmente chamada Brasil. Tal tese ignora assim o esbulho histórico dos territórios dos povos originários assim como a violência colonial que estrutura a construção deste país. Ignora também que estes povos vivem aqui antes da formação de qualquer Estado e sistema judiciário, bem como dos limites territoriais associados a eles. Como bem reafirmam os povos originários em luta contra o marco temporal: “Nossa história não começa em 1988”.

A iminência de aprovação desta tese multiplicou nos últimos tempos as invasões a territórios indígenas, assassinatos, estupros assim como tentativas de cooptação de lideranças, especialmente por garimpeiros, empresas de mineração, grileiros de terras e representantes do agronegócio, interessados na madeira do desmatamento e na produção de commodities para exportação. Estes, por sua vez, estão representados no Congresso Nacional pelas bancadas ruralistas e evangélicas, que tentam legitimar e legalizar suas ações de extermínio através dos Projetos de Lei: 490/2007, do Marco Temporal; 191/2020, da Mineração em Terras Indígenas; 2633/2020 e 510/2021, da grilagem de terras públicas.

Todo nosso apoio aos povos originários em luta!

Que a solidariedade atravesse muros e fronteiras!

(port) Wallmapu – Nova recuperação territorial Mapuche na região de Perquenco

[comunicado público]

Lof Llancamil Challakura – Wallmapu

Diante da opinião pública e nosso povo Mapuche declaramos o seguinte:

Kiñe: Com data na quarta-feira 1 de junho de 2022, nosso lof Llancamil Challakura de Perquenco, em companhia de nossos pu peñi ka lagmien, ingressou no prédio usurpado pelo latifundista Patricio Navarrete, situado no meio da nossa comunidade frente ao nosso cemitério ancestral onde descansam nossos kuifike che.

Epu: O propósito dessa recuperação territorial é para nossa família e para voltarmos ao nosso fellentun que é muito primordial para seguir no nosso weichan.

Kũla: Nosso lof llancamil challakura repudia qualquer tipo de repressão por parte do Estado chileno através de suas instuições e seus cachorros policiais que só estão a serviço do poder econômico. Diante dessas ações agressivas, temos só uma opção, nos defender.

Amulepe taiñ weichan!

Wallmapu livre!

Rio Perquenco sem contaminação da piscina e das águas servidas do povo!

Liberdade aos presos políticos Mapuche!

Por nossos Weichafe caidos em weichan, seguiremos!

Marrichiweu!

Via Radio Kurruf

(esp) Wallmapu – Nueva recuperación territorial mapuche en la región de Perquenco

[Comunicado público]

Lof Llancamil Challakura – WallMapu

Ante la opinión pública y nuestro pueblo Mapuche declaramos lo siguiente:

Kiñe: con fecha miércoles 1 de junio del 2022 nuestro lof Llancamil Challakura de Perquenco en compañía de nuestros pu peñi ka lagmien. Hace ingreso al predio usurpado por el latifundista Patricio Navarrete, ubicado en el medio de nuestra comunidad frente a nuestro cementerio ancestral donde descanzan nuestros kuifike che.

Epu: El propósito de esta recuperación territorial es para nuestra familia y volver a nuestro fellentun que es muy primordial para seguir en nuestro weichan.

Kűla: Nuestro lof llancamil challakura repudia cualquier tipo de represión por parte del estado chileno atraves de sus instituciones y perros policiales que solo están al servicio del poder económico ante estas acciones agresivas solo nos queda defendernos.

Amulepe taiñ weichan!

Wallmapu libre!

Río Perquenco sin contaminación de la piscina y las aguas servidas del pueblo!

Libertad a los presos políticos Mapuche!

Por nuestros weichafe caídos en weichan seguiremos!

Marrichiweu!

Fonte: Radio Kurruf

 

(esp) wallmapu – Cámara de diputados en Chile declara organizaciones autonomas mapuche como asociaciones terroristas

En una sesión especial realizada en el martes, 30/05, con la presencia de las ministras del interior, Izkia Siches e de defensa, Maya Fernández, se aprobó con 66 votos a favor, 43 contra y 16 abstenciones, un proyecto de resolución presentado por un grupo de diputados del partido Renovación Nacional (RN), que declara la Coordinadora Arauco Malleco, la Resistencia Mapuche Malleco, la Resistencia Mapuche Lafkenche y la Weichan Auka Mapu como asociaciones ilícitas de carácter terrorista. Tales organizaciones han estado luchando directamente contra el capitalismo extractivo y el latifundio por medio de la autodefensa armada, del ataque y de la sabotaje, buscando así expulsarlos de su territorio ancestral: el Wallmapu.

El proyecto se basa, entre otras cosas, en la relación que la clase politica y los medio corporativos intentan hacer permanentemente entre el aumento de las acciones de resistencia y el desarrollo del narcotráfico en la zona, en un intento de vaciar el carácter político, ancestral y espiritual de esas acciones, y así deslegitimar la lucha mapuche.

También se ha aprobado instruir el gobierno en realizar gestiones ante el departamento de contraterrorismo de EEUU y a la comisión de la Unión Europea, con el fin de declarar internacionalmente estas organizaciones como terroristas, además de instruir entrar con una querella criminal en contra del vocero de la CAM, Héctor Llaitul, por su llamado a “preparar fuerzas y organizar la resistencia armada” ante el nuevo decreto de Estado de excepción hecho por el actual gobierno el martes, 16/05, en la mal llamada macro zona Sur, el Wallmapu invadido y militarizado por el colonialismo chileno.

Vale recordar que mucho mas allá del discurso progresista y del “mal menor” contra el fascismo que supuestamente significó la elección de Gabriel Boric, en la práctica ha representado la continuidad de los proyectos represivos en todo el territorio dominado por el estado chileno y especialmente en el Wallmapu , buscando una vez mas ahogar el potente proceso de liberación del territorio que ha sido llevado por organizaciones y comunidades mapuche en resistencia.

En las palabras de Llaitul, esto “confirma , una vez más, que vivimos bajo un Estado capitalista de formato colonial. A su vez, constituye un acto de racismo puro y duro de la clase dirigente rastrera que está al servicio del gran capital. (…). El derecho a la rebelión está consagrado en todo el mundo y jamás verán al Pueblo Nación Mapuche de rodillas”.

(port) wallmapu – Câmara de deputados no Chile declara organizações autônomas mapuche como associações terroristas

 

Em uma sessão especial realizada na terça-feira, 30/05, com a presença das ministras do interior, Izkia Sches, e de defesa, Maya Fernández, se aprovou com 66 votos a favor, 43 contra e 16 abstenções, um projeto de resolução apresentado por um grupo de deputados do partido Renovação Nacional (RN), que declara a Coordinadora Arauco Malleco (CAM), a Resistencia Mapuche Malleco, a Resistencia Mapuche Lafkenche e a Weichan Auka Mapu como associações ilícitas de caráter terrorista. Tais organizações tem combatido frontalmente o capitalismo extrativista e o latifúndio por meio da autodefesa armada, do ataque e da sabotagem, buscando, assim, expulsá-los de seu território ancestral: o Wallmapu.

O projeto se baseia, entre outras coisas, na relação que a classe política e a mídia corporativa tentam fazer permanentemente entre o aumento das ações de resistência o desenvolvimento do narcotráfico na região, na tentativa de esvaziar o caráter político, ancestral e espiritual dessas ações, e, desse modo, deslegitimar a luta mapuche.

Também foi aprovada a instrução para o governo realizar gestões com o departamento de contra-terrorismo dos EUA e o conselho da União Europeia, com o fim de declarar internacionalmente essas organizações como terroristas, além de indicar a abertura de um processo criminal contra o porta-voz da CAM, Héctor Llaitul, por seu chamado a “preparar forças e organizar a resistência armada” frente o novo decreto de Estado de exceção feito pelo atual governo no dia 16/05, na mal chamada macro-zona Sul, o Wallmapu invadido e militarizado pelo colonialismo chileno.

Vale lembrar que para além do discurso progressista e do suposto “mal menor” contra o fascismo que significou a eleição do governo de Gabriel Boric, ele, na prática, tem representado uma continuidade dos projetos repressivos em todo o território dominado pelo Estado chileno e especialmente no Wallmapu, buscando uma vez mais sufocar o potente processo de libertação do território que tem sido levado adiante por organizações e comunidades mapuche em resistência.

Nas palavras de Llaitul, isso “confirma, mais uma vez, que vivemos sob um Estado capitalista de formato colonial, Por sua vez, constitui um ato de racismo puro e duro da classe dirigente rasteira, que está a serviço do grande capital. (…) O direito à rebelião está consagrado em todo o mundo e jamais verão o Povo Nação Mapuche de joelhos”.

(esp) Nueva mobilización de los pueblos originarios contra el Marco Temporal

A partir del 23 de junio de 2022, los pueblos originários que habitan el territorio controlado por el Estado brasileño se movilizaron nuevamente contra el Recurso Extraordinario (RE) nº 1.017.365, también conocido como Tesis del Marco Temporal. Los pueblos Xokleng, Kaingang y Guaraní de la Tierra Indígena Xokleng Laklaño, en el Estado de Santa Catarina, son el foco de este proceso. Sin embargo, fue considerado por la Corte Suprema en 2020 como un caso de Repercusión General, es decir, podría afectar a todos los pueblos que habitan esta tierra actualmente llamada Brasil.

La Tesis del Marco Temporal determina que las tierras en proceso de demarcación o las que pueden ser recuperadas en el futuro, deben comprobar ocupación desde por lo menos el 5 de octubre de 1988, fecha de la promulgación de la Constitución Federal de 1988. Esta tesis ignora así el despojo histórico de la territorios de los pueblos indígenas así como la violencia colonial que estructura la construcción de este país. También ignora que estos pueblos habitan aquí antes de la formación de cualquier Estado y sistema judicial, así como los límites territoriales asociados a ellos. Como bien reafirman los pueblos originarios en su lucha contra el Marco Temporal: “Nuestra historia no comienza en 1988”.

La inminencia de aprobación de esta tesis ha multiplicado en los últimos tiempos las invasiones de territorios indígenas, asesinatos, violaciones, así como intentos de cooptación de líderes, especialmente por parte de mineros, empresas mineras, usurpadores de tierras y representantes del agronegocio, interesados ​​en la madera proveniente de la deforestación y la producción de commodities para la exportación. Estos, a su vez, están representados en el Congreso Nacional por grupos ruralistas y evangélicos, que tratan de legitimar y legalizar sus acciones de exterminio a través de los Proyectos de Ley: 490/2007, del Marco Temporal; 191/2020, Minería en Tierras Indígenas; 2633/2020 y 510/2021, de acaparamiento público de tierras.

La Asociación de Pueblos Indígenas de Brasil lanzó un llamado a familiares, solidarixs y compañerxs para una amplia movilización en la ciudad de Brasilia a partir del 23 de junio.

¡Todo nuestro apoyo a los pueblos originarios en lucha!
¡Que la solidaridad traspase muros y fronteras!

Más informaciones sobre el Marco Temporal aquí.

(port) Nova mobilização dos povos originários contra o Marco Temporal

A partir do dia 23 de junho de 2022, os povos originários que habitam o território controlado pelo Estado brasileiro estarão novamente mobilizados contra o Recurso Extraordinário (RE) n.º 1.017.365, também conhecido como tese do Marco Temporal. Os povos Xokleng, Kaingang e Guarani da Terra Indígena Xokleng Laklaño, no Estado de Santa Catarina, são o foco deste processo. No entanto, ele foi considerado pela Suprema Corte em 2020 como caso de Repercussão Geral, ou seja, poderá afetar a todos os povos que habitam esta terra atualmente chamada Brasil.

A Tese do Marco Temporal determina que as terras em processo de demarcação ou as futuras a serem recuperadas devem comprovar a ocupação no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de 1988. Tal tese ignora assim o esbulho histórico dos territórios dos povos originários assim como a violência colonial que estrutura a construção deste país. Ignora também que estes povos vivem aqui antes da formação de qualquer Estado e sistema judiciário, bem como dos limites territoriais associados a eles. Como bem reafirmam os povos originários em luta contra o marco temporal: “Nossa história não começa em 1988”.

A iminência de aprovação desta tese multiplicou nos últimos tempos as invasões a territórios indígenas, assassinatos, estupros assim como tentativas de cooptação de lideranças, especialmente por garimpeiros, empresas de mineração, grileiros de terras e representantes do agronegócio, interessados na madeira do desmatamento e na produção de commodities para exportação. Estes, por sua vez, estão representados no Congresso Nacional pelas bancadas ruralistas e evangêlicas, que tentam legitimar e legalizar suas ações de extermínio através dos Projetos de Lei: 490/2007, do Marco Temporal; 191/2020, da Mineração em Terras Indígenas; 2633/2020 e 510/2021, da grilagem de terras públicas.
A Associação dos Povos Indígenas do Brasil lançou um chamado aos parentes, solidarixs e companheirxs para uma ampla mobilização na cidade de Brasília a partir do 23 de junho.

Todo nosso apoio aos povos originários em luta!
Que a solidariedade atravesse muros e fronteiras!

Saiba mais sobre o Marco Temporal aqui.

(esp) RJ – Barricada contra la minería y en solidaridad con los pueblos indígenas

En la mañana de este lunes 16 de mayo se realizó una manifestación en la Av. Francisco Bicalho, en el centro de Río de Janeiro, los manifestantes bloquearon la avenida por alrededor de una hora y levantaron barricadas con neumáticos en protesta contra la minería ilegal y en apoyo a la lucha indígena.

Fonte: Mídia1508