(port) RJ – Barricada contra o garimpo e em solidariedade aos povos indígenas

Na manhã dessa segunda-feira, 16 de maio, ocorreu uma manifestação na Av. Francisco Bicalho, no Centro do Rio de Janeiro, manifestantes bloquearam a Avenida por volta de uma hora e ergueram barricadas com pneus em protesto contra o garimpo ilegal e em apoio a luta indígena.

Fonte: Mídia1508

(port) Wallmapu: CAM reivindica mega ataque contra a Mininco

Segundo informações entregues à rádio Kurruf,  chega a 20 o número de máquinas sabotadas na ação realizada na fazenda San Pedro, em Mulchen, pela Organização de Resistência Territorial (ORT) Toño Marchant em 11 de maio, e no ataque à fazenda España, em Teodoro Schmidt, nesta sexta-feira, 13 de maio, pela ORT Leftraru da CAM.

Hector Llaitul indica que é a ação mais importante em toda a história da luta Mapuche pelas perdas milionárias causadas à Mininco, empresa do grupo Matte… e aponta que eles são os responsáveis ​​pela morte de Pablo Marchant Gutierrez “Toñito”, em 09 de julho de 2021 na propriedade Santa Ana, da Mininco.

Frente à instalação de um estado intermediário de militarização, o werken (portavoz) da Coordinadora afirmou: “O chem de Mulchen e de agora em Teodoro Schidt é nossa resposta de como vamos nos preparar e resistir contra os poderosos e seus lacaios… não atacando pobres e outras pessoas… nem nos envolvendo no crime e muito menos no tráfico, assim fala a CAM”, afirma.

Como efeito destas ações de sabotagem contra a indústria madeireira (forestales), a imprensa recentemente tornou pública uma série de ações legais contra Hector Llaitul feitas pelo subsecretário do interior Manuel Monsalve.

Outro fato insólito é a tentativa aparente por parte do ministério do interior de mudar a biografia do werken da Coordinadora Arauco Malleco no Wikipédia, agregando o termo “terrorista” em sua descrição.

Fonte: Radio Kurruf

(esp) Wallmapu: CAM reivindica mega ataque contra la forestal Mininco

Según informaciones entregadas a la radio Kurruf, sumarían 20 equipos saboteados entre acción a fundo San Pedro en Mulchen por el ORT Toño Marchant el pasado 11 de mayo y fundo España en Teodoro Schmidt durante este viernes 13 de mayo, por el ORT Leftraru de la CAM.

Indica Hector Llaitul que es la acción más importante de toda la historia de lucha mapuche, por las perdidas millonarias que ha dejado a forestal Mininco, empresa del grupo Matte… y señala como responsables de la muerte de Pablo Marchant Gutierrez «Toñito», el 09 de julio de 2021 en el fundo Santa Ana de forestal Mininco.

Continua el werken de la coordinadora frente a la instalacion de un Estado intermedio de militarización «El chem de mulchen y el de ahora en Teodoro schmidt es nuestra respuesta de como nos vamos a preparar y a resistir contra los poderosos y sus lacayos…no atacando a pobres ni personas…ni involucrados en el crimen y menos en el tráfico, así habla la CAM,» sentencia.

Producto de estas acciones de sabotajes a industria forestal recientemente en los medios se ha conocido sobre acciones legales en contra de Hector LLaitul por parte del subsecretario del interior Manuel Monsalve.

Otro hecho insólito además es el aparente intento por parte del ministerio del interior por cambiar la biografía del werken (mensajero, portavoz) de la Coordinadora Arauco Malleco en Wikipedia, agregando «Terrorista» en su descripción.

Fonte: Radio Kurruf

(esp) Relato de manifestación en solidaridad con el pueblo yanomami y contra la minería

El pasado lunes 9 de mayo de 2022 se llevó a cabo una manifestación en São Paulo, así como en Porto Alegre, en solidaridad con el pueblo yanomami, que nuevamente ha sido blanco de ataques de mineros. Santos y Brasilia habían realizado manifestaciones días antes. En momentos en que la discusión sobre las próximas elecciones impregna el aire – monopolizando las discusiones, produciendo un parloteo interminable en defensa de tal o cual candidato como salvación de los problemas – los pueblos indígenas siguen sangrando.

En ese contexto, la manifestación de São Paulo reunió a cientos de personas detrás de una pancarta que decía “Bra$il é terra indígena! – FORA GARIMPO!”, sin trío eléctrico o domínio partidário, interrumpiendo el flujo de la mayor avenida de la ciudad de São Paulo, símbolo del capitalismo y del dominio urbano sobre la tierra. Si para muchxs puede parecer sin sentido realizar una manifestación como esta en medio de una glamurosa avenida de una gran ciudad, signo de progreso económico y civilizatorio, para nosotros no habría lugar más simbólico: esta y todas las ciudades son un inmenso símbolo de destrucción. , de violencia CONTRA esta tierra y los pueblos que la habitaron y la habitan, violencia colonial, y, por tanto, nada más acertado que recordar que aquí todo es tierra indígena.

La manifestación reunió a personas de diferentes pueblos y aliadxs solidarixs que salieron a las calles ante la intolerable situación en la que vivimos. Como reafirmamos los anarquistas hace más de un siglo, la solidaridad es más que la palabra escrita; no comienza ni muere en las pantallas de una computadora o celular. Distintos discursos reiteraron que la violencia contra los yanomami u otros pueblos indígenas no es algo nuevo: es parte de un proceso colonial que viene desde 1500, cuando esta tierra fue invadida por carabelas europeas.

Varios discursos durante el acto reafirmaron que mientras la mayoría espera una supuesta salvación que se produciría en octubre en las urnas, el doble Estado-capitalismo, inseparables entre sí, sigue expandiendo su proyecto de devastación y exterminio. En la tierra, monocultivos y latifundios; en el modo de vida, dominación y padronización basada en el modelo de ciudadano democrático, esperando un líder que nos salve. Y para lxs que escapan a este modelo o son un obstáculo para su expansión, queda la violencia, el ataque, la denuncia, la agresión, el silenciamiento, la muerte.

Mientras caminábamos, era imposible no recordar que los ríos fluyen alrededor de todos esos gigantes de piedra y acero; bajo los edificios y las aceras brotan plantas que, con sus raíces, siguen creando grietas permanentes en el cemento. Y aquí no hay metáfora, idealización o romantización. Basta observar. No hay nada más concreto. A pesar de una aparente estabilidad, este sistema, esta ciudad, esta forma de vida llamada civilizada, no es eterna y se derrumbará.

¡Todo aquí es tierra indígena!
¡NO AL GARIMPO!
¡Solidaridad con los pueblos en lucha!

furiosxs en algun rincon de la ciudad,
12 de mayo de 2022
.

Fonte: Edições Insurrectas

(port) Vídeo e relato de ato em solidariedade ao povo yanomami e contra o garimpo

Na última segunda-feira, dia 9 de maio de 2022, ocorreu em São Paulo, junto com Porto Alegre, manifestação em solidariedade ao povo yanomami, que vem sendo mais uma vez alvo de ataques de garimpeiros. Santos e Brasília haviam realizado manifestações dias antes. Em um momento no qual a discussão sobre eleições que se aproximam impregna de maneira rançosa o ar – monopolizando as discussões, produzindo um falatório sem fim em defesa deste ou daquele candidato como salvação para os problemas – os povos indígenas seguem sangrando.

Neste contexto, a manifestação em São Paulo reuniu centenas de pessoas atrás de uma faixa que dizia “Bra$il é terra indígena! – FORA GARIMPO!”, sem carro de som ou aparelhamento partidário, interrompendo o fluxo da maior avenida da cidade de São Paulo, símbolo do capitalismo e do domínio urbano sobre a terra. Se para muitxs pode parecer sem sentido a realização de uma manifestação dessa em meio à uma glamourosa avenida de uma grande cidade, sinal do progresso econômico e civilizatório, para nós não haveria lugar mais simbólico: esta e todas as cidades são um imenso símbolo de destruição, de violência CONTRA esta terra e aos povos que a habitavam e a habitam, violência colonial, e, portanto, nada mais preciso do que lembrar que tudo aqui é terra indígena.

A manifestação reuniu pessoas de diferentes povos e apoiadorxs solidárixs que saíram às ruas frente ao intolerável da situação em que vivemos. Como nós anarquistas reafirmamos há mais de um século, solidariedade é mais do que palavra escrita; não começa e nem morre nas telas de um computador ou celular. Diversas falas reiteraram que a violência aos yanomami ou aos demais povos originários não é algo novo: é parte de um processo colonial em curso desde 1500, quando esta terra foi invadida pelas caravelas européias.

Varias falas durante o ato reafirmaram que enquanto a maioria espera uma suposta salvação que ocorreria em outubro nas urnas, o duplo capitalismo-estado, indissociável um do outro, segue expandido seu projeto de devastação e extermínio. Na terra, monocultivo e latifúndio; no modo de vida, dominação e uniformização, padronização com base no modelo de cidadão democrático, à espera de um líder que nos salvará. E pra quem escapa desse modelo ou é um obstáculo à sua expansão, sobra a violência, o ataque, a denúncia, a agressão, o silenciamento, a morte.

Ao caminharmos, foi impossível não lembrar que no entorno de todos aqueles gigantes de pedra e aço correm rios; embaixo dos prédios e das calçadas brotam plantas que, com suas raízes, seguem criando rachaduras permanentes no cimento. E aqui não há metáfora, idealização ou romantização. Basta ver. Não há nada mais concreto. Apesar de uma aparente estabilidade, este sistema, esta cidade, esta forma de vida chamada de civilizada, não são eternos e vão ruir.

Tudo aqui é terra indígena!
NÃO AO GARIMPO!
Solidariedade aos povos em luta!

furiosxs em algum canto da cidade,
12 de maio de 2022.

Fonte: Edições Insurrectas

(port) Carta das Teias dos Povos do Brasil

Do dia 05 ao dia 09 de maio de 2022 aconteceu o I Encontro Nacional das Teias, sob o tema “Tecendo Alianças para Fortalecer Nossas Lutas pelo Bem Viver dos Povos”. Trazendo consigo suas ancestralidades, encantarias, memórias de luta, saberes tradicionais e anseios de partilha, fizeram-se presentes articuladoras e articuladores de diversas regiões do Brasil em mais um passo na construção da grande aliança preta, indígena e popular tendo como princípios a luta por terra, território e bem viver.

A Teia da Bahia acolheu, durante esses quatro dias, no Assentamento Terra Vista, na cidade de Arataca, no sul da estado, quebradeiras de coco, povos originários, quilombolas, pescadores artesanais, assentados e assentadas, angoleiros e angoleiras, sertanejos e sertanejas, camponeses e camponesas, povo de terreiro e aliadas e aliados, que vieram dos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nestes dias de Encontro, fortalecemos a relação entre as Teias através dos cantos sagrados, dos tambores, do rezo, da presença dos encantados, das lutas tradicionais, da alimentação saudável, das trocas afetivas e das discussões de horizontes.

Nos últimos anos, o capitalismo com seus diversos atores (agronegócio, mineração, garimpos, narcotráfico, fundamentalismo religioso, Estado) avançaram sobre os territórios tradicionais e as periferias das cidades. Isso, somado à pandemia, provocou um acirramento da violência, com muitas mortes dos nossos. Neste contexto, as Teias sentem a importância de constituir uma articulação rebelde entre os povos pela proteção dos territórios, retomadas, autodemarcação, autodefesa e enfrentamento a todos inimigos que saqueiam há séculos o direito de vivermos de forma digna. Para isso, a luta por terra e território e a construção da soberania alimentar é diversa e fundament al. Este processo não será pautado pelas leis de quem nos oprime, mas sim pela ancestralidade, que nos nutre e nos ensina que a luta não é de hoje e não terminará amanhã. É este o fundamento que permite sabermos de onde viemos e para onde caminharemos, conectados com nossas comunidades, como mostrou no Encontro os ensinamentos da filosofia do povo Bacongo. É a ancestralidade que permite firmarmos entre nós os acordos – que vêm do coração – em busca da aliança fincada em princípios inegociáveis. É esta mesma ancestralidade que nos dá força para enfrentar a guerra em defesa das nossas nascentes, nossos rios, nossas florestas, nossas crianças, nossa juventude, nossos mais velhos, nossas sementes, nossa espiritualidade, nosso direito de ser e de existir.

Retornaremos aos nossos territórios como sementes e brotando espiritualidade regada pelas práticas tradicionais e agroecológicas para nos enraizarmos em nosso lugar de bem viver.   Convocamos todos os povos de Pindorama para estarmos juntos e traçar os fios desta grande teia.

Sempre lembrando que o que nos une é maior do que aquilo que nos separa!

Diga ao povo que avance!

I Encontro Nacional da Teia dos Povos
08 de maio de 2022
Assentamento Terra Vista – Arataca/Bahia

Fonte: Teia dos Povos

(esp) Carta del 3º encuentro de gobernancia y autodefensa Ka’apor

Nosotros, pueblo Ka’apor, realizamos nuestro 3ro Encuentro de Gobernanza y Autodefensa en el municipio de Presidente Médici-MA (Brasil), durante los días 28, 29, 30/04 y 01/05. Encuentros para rever y organizar nuestro Plano de Autodefensa y protección colectiva; organización y
fortalecimiento de nuestra lucha para preservar nuestro territorio y la naturaleza.

Todos participan y deciden lo que hacemos.

Muchos han sido los ataques a nuestros parientes. En los últimos días, vimos nuevos ataques a los Yanomami, Xipaya y otros pueblos, más allá de agresiones a los quilombolas, campesinos y trabajadores y trabajadoras de la ciudad.

El territorio Ka’apor Alto Turiaçu sufre con la invasión de los madereros, y la codicia de empresas de minería ya instaladas en las ciudades próximas al territorio. Ya existe extracción de oro en varias regiones en el entorno del territorio. Ya sabemos que ellas están intentando reclutar líderes para que se posicionen a favor de la extracción mineral.

Después de nuestro 2ndo Encuentro de Gobernanza y Autodefensa, en enero de este año, un líder y un compañero fueron cercados por madereros y sus matones, pero consiguieron protegerse.

Muchos son los ataques, mayor continuará siendo nuestra resistencia.

Los ataques cuentan con la connivencia del gobierno del estado de Maranhão, que no hace nada contra, y tiene la participación directa del gobierno Bolsonaro y de los alcaldes que lo apoyan, muchos involucrados en corrupción, como fue el caso del alcalde de Centro Novo do Maranhão, en el escándalo con el ex-ministro de educación y del diputado federal Josimar do Maranhãozinho, que renunció a su mandato después de otras denuncias. El proyecto de ley que autoriza la minería en los territorios indígenas es más un ataque, que solo beneficia a las empresas de minería. No bastando esto, nuestros líderes y sus compañeros están siendo criminalizados, con acusaciones falsas. Quieren impedirnos de defender nuestra propria casa que es nuestro territorio.

Las áreas de protección que hemos creado son una forma de defender nuestro territorio. Ellas son nuevas comunidades creadas en las rutas de invasión de madereros, cazadores y buscadores de oro. Son formas pacíficas de barrar la invasión. Con esto, la floresta se recupera y trae los animales de vuelta.

Nosotros cuidamos de la floresta y ella cuida de nosotros. Este es nuestro ciclo de la vida y es de esta forma que construimos nuestro acuerdo de convivencia y el buen vivir.

Infelizmente, algunos líderes de algunos pueblos indígenas están permitiendo la entrada de empresas de minería y de la agro-industria en nuestros territorios. Creen que van a ganar dinero. Esto es una ilusión porque minería y agro-industria destruyen la naturaleza, la selva, los ríos y sus pueblos.

Al final, sobra miseria y muerte.

El 3ro encuentro contó con la participación del pueblo Shuar, del Ecuador, de los Nasa de Colombia, del pueblo Timbira aquí del Maranhão y de otros líderes más. También recibimos apoyo de la Comunidad La Salle, SMDDH, CSP Conlutas-PA, Andes-SN, Adunb, Aduff, SindpetroAmazônia y Sinduepa. Otros más colaboraron en otros momentos. Son todos nuestros aliados.

Al final del encuentro, que contó con representantes de todas las comunidades orientadas por los Tuxa Ta Pame, reforzamos la necesidad de estar más juntos y unidos contra la minería, la agro-industria y los gobiernos autoritarios. Convidamos nuestros parientes de otros países y del Brasil a estar juntos con nosotros en esta lucha. Juntos y juntas somos más fuerte todavía!
La unión es nuestra fuerza.

NO A LA MINERÍA. SI MINERAN HABRÁ GUERRA

FUERA EMPRESAS DE MINERÍA DEL CENTRO NOVO DEL MARANHÃO.

DEFENSA DE LA NATURALEZA Y DE SUS PUEBLOS.

EN DEFENSA DE NUESTROS TERRITORIOS Y DE LA AUTODETERMINACIÓN DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS.

APOYO PARA LA MANUTENCIÓN DE LAS ÁREAS DE PROTECCIÓN

NO A LA CRIMINALIZACIÓN DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS, DE SUS LÍDERES Y COMPAÑEROS.

FUERA BOLSONARO Y SUS ALIADOS.

Presidente Médici-MA, 01/05/2022

PYRÃ TÃ HA JOHU KATU!

TUXA TA PAME

Fonte: Teia dos Povos

(port) Carta do 3º Encontro de Governança e Autodefesa Ka’apor

Nós, povo Ka’apor, realizamos nosso 3o Encontro de Governança e Autodefesa no município de Presidente Médici-MA, nos dias 28, 29, 30/04 e 01/05. Encontros para rever e organizar nosso Plano de Autodesa e proteção coletiva; organização e fortalecimento de nossa luta para preservar nosso território e a natureza.

Todos participam e decidem o que fazemos.

Muitos têm sido os ataques aos nossos parentes. Nos últimos dias vimos novos ataques aos Yanomami, Xipaya e outros povos, além da agressão aos quilombolas, camponeses e trabalhadores e trabalhadoras da cidade. O território Ka’apor Alto Turiaçu sofre com a invasão dos madeireiros, garimpeiros e cobiça de mineradoras já instaladas na sede das cidades próximo ao território. Já existe extração de ouro em varias regiões no entorno do território. A mineração contamina tudo: o solo, a floresta, os rios, mata os animais e as pessoas. Já sabemos que elas estão tentando aliciar lideranças para ser a favor da exploração mineral.

Após o nosso 2o Encontro de Governança e Autodefesa, em janeiro desse ano, uma liderança e um apoiador foram cercados por madeireiros e seus capangas, mas conseguiram se proteger. Muitos são os ataques, maior continuara sendo nossa resistência. Os ataques contam com a conivência do governo estadual, que nada faz contra, e tem a participação direta do governo Bolsonaro e dos prefeitos que o apoiam ,muitos envolvidos em corrupção, como foi o caso do prefeito de Centro Novo do Maranhão, no escândalo com o ex- ministro de educação e do deputado federal Josimar do Maranhãozinho, que renunciou ao mandato depois de outras denuncias.

O projeto de lei que autoriza a mineração nos territórios indígenas é mais um ataque, só beneficiando as mineradoras. Não bastasse isso, nossas lideranças e seus apoiadores estão sendo criminalizados, com acusações falsas. Querem nos impedir de defender nossa própria casa que é nosso território.

As áreas de proteção que temos criado são uma forma de defender nosso território. Elas são novas comunidades criadas nas rotas de invasão de madeireiros, caçadores e garimpeiros. São formas pacíficas de barrar a invasão. Com isso, a floresta se recupera e traz os animais de volta.

Nós cuidamos da floresta e ela cuida de nós. Esse é no nosso ciclo da vida e é dessa forma que construímos nosso acordo de convivência e o bem viver.

Infelizmente, algumas lideranças de alguns povos indígenas estão permitindo a entrada de mineradoras e do agronegócio em nossos territórios. Acham que vão ganhar dinheiro. Isso é uma ilusão porque mineração e agronegócio destroem a natureza, matas, rios e seus povos. No final, sobra miséria e morte.

O 3o encontro contou com a participação do povo Shuar, do Equador, dos Nasa, da Colômbia, do povo Timbira aqui do Maranhão e de outras lideranças mais. Também recebemos o apoio da Comunidade La Salle, SMDDH, CSP Conlutas-PA, Andes-SN, Adunb, Aduff, Sindpetro Amazônia e Sinduepa. Outros mais colaboraram em outros momentos. São todos nossos aliados.

Ao final do encontro, que contou com representantes de todas as nossas comunidades orientadas pelos Tuxa ta Pame, reforçamos a necessidade de estarmos mais juntos ainda contra a mineração, o agronegócio e governos autoritarios. Convidamos nossos parentes de outros países e do Brasil a estarmos juntos nessa luta. Juntos e juntas somos mais fortes ainda. A unidade é a nossa força.

-NÃO À MINERAÇÃO. SE MINERAR VAI TER GUERRA.

-FORA MINERADORAS DE CENTRO NOVO DO MARANHÃO.

-DEFESA DA NATUREZA E DE SEUS POVOS.

-EM DEFESA DOS NOSSOS TERRITÓRIOS E DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS.

-APOIO À MANUTENÇÃO DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO.

-NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS, DE SUAS LIDERANÇAS E APOIADORES.

-FORA BOLSONARO E SEUS ALIADOS.

Presidente Médici-MA,01/05/2022

PYRÃ TÃ HA JOHU KATU!

TUXA TA PAME

Fonte: Teia dos Povos

(port) Wallmapu: comunicado da CAM sobre Boric e a tentativa de assimilação da luta mapuche

O projeto político e burocrático reciclado para enfrentar o conflito com a nação Mapuche está condenado ao fracasso. Se insistirá na teoria dos “caminhos”, que serve para reforçar uma institucionalidade opressiva com um discurso que criminaliza antecipadamente as expressões de resistência.

Declaração da Coordenadora Arauco Malleco (CAM) sobre as novas táticas de assimilação e indigenismo das elites e Gabriel Boric:

Em nossa opinião, a eleição de Boric é parte de um contexto marcado pela reciclagem de uma antiga institucionalidade assimiladora que falhou no Wallmapu.

A presença indígena na assembléia constituinte e a suposta aspiração plurinacional do novo governo, ambos fatores com claras limitações políticas e ideológicas, indicam que o objetivo institucional não é transformar a correlação de forças entre as duas nações, uma questão que forçaria a questão da despossessão territorial e os interesses do grande capital que opera em Wallmapu, mas legitimar um discurso progressista sobre questões indígenas em nível nacional e internacional que cega os amantes deste novo governo “progressista” e de “boas vibrações”.

Neste contexto, certos setores mapuches que vêem uma oportunidade na institucionalidade Winka aparecem e se reorganizam, seja para benefícios pessoais ou porque demonstram, agora sem problemas e dançando alegres no palácio de La Moneda, que sua luta tem mais a ver com o preenchimento de formulários no CONADI ou na Forestal Arauco do que com a recuperação de nosso território. Como já dissemos antes, esta abertura institucional deve ser lida como um rearranjo das formas de legitimidade e hegemonia colonial que o grande capital estabelece no Wallmapu para encurralar e sufocar as expressões revolucionárias da resistência mapuche e não como um sinal de vontade política para resolver o conflito histórico.

É assim que podemos entender o papel que os históricos Yanakonas, como Santos Reinao e Galvarino Reiman, entre outros personagens com o sobrenome Mapuche, estão desempenhando em servidão às empresas florestais.

A tal ponto que este rearranjo é funcional ao sistema capitalista neoliberal que setores da ultra-direita, empresários, colonos e grupos paramilitares que existem em nosso território ancestral, promovidos por organizações como a APRA e indivíduos como Gloria Naveillan e Miguel Mellado, firmemente anti-Mapuche, têm apoiado publicamente personagens como Galvarino Reiman, Aucan Huilcamán ou Norín como atores relevantes no problema Mapuche.

Portanto, não deve ser surpresa que setores supostamente progressistas identifiquem as mesmas pessoas como interlocutores “válidos” para supostos diálogos. O que o governo procura não é fazer progressos na resolução do conflito, mas legitimar seu aparato assimilador a todo custo, principalmente com setores Mapuche cooptados e servis.

Ao mesmo tempo, os chamados “acadêmicos” e “intelectuais” mapuches que, após ganharem dinheiro às custas do movimento revolucionário autonomista, fingindo ser especialistas no assunto a fim de conseguir empregos no sistema, se posicionaram como porta-vozes de uma democracia plurinacional que está apenas em suas mentes nostálgicas, estão mais uma vez aparecendo.

Aqueles que antes pretendiam ser “intelectuais do movimento mapuche” tomaram agora sua posição nas Universidades, Centros de Pesquisa e órgãos públicos para elaborar a engenharia para legitimar este rearranjo colonial, mesmo utilizando as mais sofisticadas elaborações teóricas, historiográficas e artísticas para cumprir seus fins institucionais.

Estes chamados intelectuais, após suas piruetas analíticas e conselhos aos novos gabinetes, acabam ignorando o fato de que o legado do weychan é atualmente uma prática viva, uma questão já demonstrada nas diversas zonas de conflito e processos de recuperação territorial que as organizações mais consistentes empreenderam na luta pela reconstrução nacional mapuche.

É por causa do exposto acima que prevemos que o projeto político e burocrático reciclado para lidar com o conflito com a nação mapuche está condenado ao fracasso. Insistirá na teoria dos “caminhos”, que serve para reforçar uma institucionalidade opressiva com um discurso que criminaliza antecipadamente as expressões de resistência.

Eles procurarão cooptar o número máximo de pessoas que pertenceram ao movimento Mapuche; haverá setores e lonko histórico do weychan que se deixarão seduzir por negociações leves e trocarão princípios por esmolas lamentáveis. Apesar disso, existem expressões comprometidas em continuar no caminho da libertação nacional weychan e Mapuche, um espaço onde assumimos um compromisso como CAM, sem concessões, e seguindo os princípios legados por nosso futa keche kuifi.

É por esta razão que nos definimos como Mapuche revolucionários e lutamos durante anos contra as expressões territoriais do Estado capitalista e colonial. É pela mesma razão que nossas ações continuarão a atacar a reprodução do grande capital que opera com sangue e fogo em nossa Wallmapu e fortaleceremos o controle territorial como a plataforma básica e única para transformar a realidade criada pelo extrativismo genocida.

Como CAM, não dialogaremos com aqueles cujo objetivo final é a aniquilação de nosso povo, como Monsalve e companhia.

Em meio a tanta confusão, reafirmamos nosso caminho político-militar do weychan como fizeram Leftraru, Pelontraro e nosso weychafe caído em combate em seu tempo, que não está focado em obter migalhas burocráticas do inimigo, mas em lançar as bases de nossa proposta de libertação nacional mapuche, para a qual é necessária a expulsão de toda expressão capitalista e colonial do Wallmapu.

“Chumkawürme famentu kunulayayiñ taiñ rüf chumkunurpuel zungu taiñ kuifike cheyem”…

“Furi trekawlayiñ, chew ñi witrum mollfüñ, chew ñi fenteñma kutrankawmum fentren ke cheyem taiñ wiño kisu ngunetuafel”…

“Femechi mu llemay, pu Lonko, pu Machi, pu wewpife, kuifike Koyawtufe, ka pu Weichafe, eluwlaymün tañi wewngeal tüfachi Weichan mu”…

“Taiñ pu trananagchi weichafeyem mew amuleay taiñ weichan”…

” Inayafiyiñ tüfachi kiñe rüpü müten, taiñ ka antü kizungunewtual, eluwlayiñ welu trapümnerpuayiñ tañi Mapuche newen”.

Weuwaiñ!

Marrichiweu!

Comissão Política, CAM.

Fonte: Agência de Notícias Anarquistas

(esp) Wallmapu: comunicado de la CAM sobre Boric y el intento de asimilación de la lucha mapuche

El diseño político y burocrático reciclado para abordar el conflicto con la nación mapuche está condenada al fracaso. Se insistirá en la teoría de las “vías”, la cual sirve para reforzar una institucionalidad opresora con un discurso que de antemano criminaliza a las expresiones de resistencia.

Pronunciamiento de la Coordinadora Arauco Malleco – CAM ante las nuevas tácticas asimilacionistas e indigenistas de las elites y Gabriel Boric:

A nuestro entender, la elección de Boric se inscribe en un contexto marcado por el reciclaje de una vieja institucionalidad asimilacionista que ha fracasado en el Wallmapu.

La presencia indígena en la constituyente y la supuesta aspiración plurinacional del gobierno entrante, ambos factores con claras limitaciones políticas e ideológicas, indican que la finalidad institucional no es transformar la correlación de fuerzas entre ambas naciones, cuestión que obligaría a poner en el foco la cuestión del despojo territorial y los intereses del gran capital que operan en Wallmapu, sino legitimar un discurso progresista en materia indígena a nivel nacional e internacional que ciega a los amantes de este nuevo gobierno “progre” y “buena onda”.

En este contexto, aparecen y se reordenan ciertos sectores mapuche que ven una oportunidad en la institucionalidad winka, ya sea para beneficios personales o porque demuestran, ahora sin problemas y bailando purrun en La Moneda, que su lucha tiene más que ver con llenar formularios en la CONADI o en la Forestal Arauco que con recuperar nuestro territorio. Ya lo hemos dicho antes, esta apertura institucional tiene que ser leída como un reacomodo de las formas de legitimidad y hegemonía colonial que el gran capital establece en el Wallmapu para arrinconar y asfixiar a las expresiones revolucionarias de la resistencia Mapuche y no como una muestra de voluntad política para solucionar el conflicto histórico.

Así se entiende, el rol que estarían cumpliendo los históricos yanakonas serviles a las forestales como Santos Reinao y Galvarino Reiman, entre otros personajes de apellido mapuche.

A tal punto este reacomodo es funcional al sistema capitalista neoliberal que sectores de la ultraderecha, empresarios, colonos y agrupaciones paramilitares que existen en nuestro territorio ancestral impulsados por organizaciones como APRA y por sujetos como Gloria Naveillan y Miguel Mellado, acérrimos antimapuche, han apoyado públicamente a personajes como Galvarino Reiman, Aucan Huilcamán o Norín como actores relevantes en la problemática mapuche.

No debe resultar extraño, por tanto, que los sectores supuestamente progresistas identifiquen a los mismos personajes como interlocutores «válidos” para supuestos diálogos. Lo que busca el Gobierno no es avanzar en la resolución del conflicto, sino legitimar su aparataje asimilacionista a toda costa, principalmente con sectores mapuche cooptados y serviles.

A la vez, aparecen de nuevo los supuestos “académicos” e “intelectuales” mapuche que, luego de ganar dinero a costa del movimiento autonomista revolucionario dándoselas de especialistas en el tema para conseguir puestos de trabajo en el sistema, se han posicionado como los portavoces de una democracia plurinacional que sólo está en sus mentes nostálgicas.

Los que antes se hacían ver como “intelectuales del movimiento Mapuche” ahora han tomado su posición en Universidades, Centros de Investigación y organismos públicos para elaborar la ingeniería que permita legitimar este reacomodo colonial, incluso, utilizando las más sofisticadas elaboraciones teóricas, historiográficas y artísticas para cumplir sus fines institucionales.

Estos supuestos intelectuales, después de sus piruetas analíticas y asesorías a los nuevos gabinetes, terminan desconociendo que actualmente la herencia del weychan es una práctica viva, cuestión ya demostrada en las diversas zonas de conflicto y procesos de recuperación territorial que hemos emprendido las orgánicas más consecuentes con la lucha por la reconstrucción Nacional Mapuche.

Es por lo anterior que vislumbramos que el diseño político y burocrático reciclado para abordar el conflicto con la nación mapuche está condenada al fracaso. Se insistirá en la teoría de las “vías”, la cual sirve para reforzar una institucionalidad opresora con un discurso que de antemano criminaliza a las expresiones de resistencia.

Se buscará cooptar la máxima cantidad de personas que han pertenecido al movimiento mapuche; habrá sectores y lonko históricos del weychan que se dejarán seducir por negociaciones a la ligera y tranzarán principios por dádivas lastimeras. Pese a esto, existen expresiones comprometidas por seguir en el camino del weychan y la liberación nacional Mapuche, espacio donde asumimos un compromiso como CAM, sin tranzar, y siguiendo los principios legados por nuestros futa keche kuifi.

Es por algo que nos hemos definido como Mapuche revolucionario y hemos combatido por años las expresiones territoriales del estado capitalista y colonial. Es por lo mismo que nuestras acciones seguirán golpeando la reproducción del gran capital que opera a sangre y fuego en nuestro Wallmapu y fortaleceremos el control territorial como la plataforma básica y única para transformar la realidad creada por el extractivismo genocida.

Como CAM, no vamos a dialogar con quienes tienen como fin último el aniquilamiento de nuestra gente, como Monsalve y compañía.

En medio de tanta confusión, reafirmamos nuestro camino político militar del weychan tal como lo hicieron en su momento Leftraru, Pelontraro y nuestros weychafe caídos en combate, el cual no se centra en obtener migajas burocráticas del enemigo sino en sentar las bases de nuestra propuesta de liberación nacional mapuche, para lo cual es necesaria la expulsión de toda expresión capitalista y colonial del Wallmapu.

«Chumkawürme famentu kunulayayiñ taiñ rüf chumkunurpuel zungu taiñ kuifike cheyem»…..

«Furi trekawlayayiñ,chew ñi witrumum mollfüñ, chew ñi fenteñma kutrankawmum fentren ke cheyem taiñ wiño kisu ngunetuafel.»…..

«Femechi mu llemay, pu Lonko, pu Machi, pu wewpife, kuifike Koyawtufe, ka pu Weichafe, eluwlayaymün tañi wewngeal tüfachi Weichan mu»….

«Taiñ pu trananagchi weichafeyem mew amuleay taiñ weichan…

» Inayafiyiñ tüfachi kiñe rüpü müten, taiñ ka antü kizungunewtual, eluwlayayiñ welu trapümnerpuayiñ tañi Mapuche newen.

¡Weuwaiñ!

¡Marrichiweu!

Comisión política, CAM.

Fonte: Prensa Opal